<< Voltar

Ref.: McePr41-008

OBTENÇÃO DE CONCRETO LEVE UTILIZANDO AGREGADOS RECICLADOS DE ARDÓSIA

Apresentador: LUCIANA BOAVENTURA PALHARES

Autores (Instituição): PALHARES, L.B.(CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS); LOPES, R.V.(CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS);

Resumo:
A construção civil é responsável pelo consumo de 75% dos recursos naturais extraídos, 44% da energia produzida no país e é a principal geradora de CO¬2 para a atmosfera. No entanto, é o maior mercado potencial para a reciclagem de resíduos, considerando o grande volume de materiais que incorpora. Atualmente, poucas empresas produzem ardósia expandida no mundo, sendo a maior produtora mundial a Stalite – US que produz agregados leves de alta performance que possuem diferentes aplicações: concreto estrutural, concreto pré-moldado, alvenaria, rodovias, entre outras. Comparados aos agregados argilosos, os de ardósia absorvem 6 vezes menos água (após moldados) e 5 vezes menos durante a mistura e bombeamento. Devido a elevada resistência dos agregados de ardósia, pode-se utilizar menor quantidade de cimento na massa. No Brasil, não é conhecido nenhum fabricante e o único fabricante de argila expandida é a Cinexpan, em Várzea Paulista-SP e o elevado custo do transporte a longas distâncias dificulta a disseminação dessa tecnologia por todo o território nacional. Além disso, os agregados leves de argila expandida aparecem como uma das poucas opções de agregados leves nacionais para a produção de concretos, tornando sua utilização modesta ante seu potencial de aplicação. Uma alternativa para a disseminação da tecnologia do concreto leve estrutural seria a produção de agregados leves de ardósia expandida, utilizando resíduos de ardósia produzidos na extração e beneficiamento da rocha, já que de toda ardósia extraída, apenas 15% é aproveitado. Além disso, o Brasil é o 3o maior produtor mundial com Minas Gerais possuindo 95% das reservas de ardósia. No presente trabalho, foram produzidos agregados leves utilizando resíduos de ardósia (ardósia expandida) para utilização na produção de concreto leve. Resíduos de ardósia foram moídos, prensados, tratados termicamente em temperaturas entre 1100oC até 1.200oC. Foi observado que nessa temperatura, ela se torna quase fundida, sendo plástica o suficiente para permitir a evolução dos gases, formando pequenos vazios não conectados uniformemente em toda a sua massa permitindo a obtenção de um material poroso de baixa densidade. As análises de difração de raios – X (DRX) mostrou que a ardósia apresenta grande área amorfa e as fases cristalinas: sílica (SiO2); silicato de cálcio Ca(SiO4); espinélio (MgAl2O4) e hercinita (Al2FeO4), já na análise térmica ocorreu apenas uma pequena reação entre 600 e 800oC, devido à possível transformação de muscovita e clinocloro residual com perda de massa de 0,02g. O agregado leve produzido apresentou densidade de 0,91g/cm3, absorção de água de 3.3% e a presença de 8.5% de poros impermeáveis. Foram produzidos e caracterizados quanto a resistência à compressão, 3 traços de concreto: um de referência, com brita tradicional, dois outros com relação ardósia expandida/argamassa, de 17% e 30% com valores de resistência obtidos respectivamente de 35MPa, 33MPa e 37MPa.