Ref.: MpoBi19-010
Apresentador: Albaniza Alves Tavares
Autores (Instituição): Tavares, A.A.(Universidade Federal de Campina Grande); Elias, A.d.(Universidade Federal de Campina Grande); Barbosa, R.C.(Universidade Federal de Campina Grande); de Sousa, W.B.(Universidade Federal de Campina Grande); Silva, S.M.(Universidade Federal de Campina Grande); Fook, M.V.(Universidade Federal de Campina Grande);
Resumo:
Feridas de difícil cicatrização é o novo conceito para feridas crônicas e baseia-se no pressuposto que muitas dessas feridas contêm biofilmes. Esses, são agregados de células de microrganismos incorporados em uma matriz autoproduzida de substâncias poliméricas extracelulares, que se aderem umas às outras e/ou a uma superfície. Devido à velocidade de formação do biofilme, uma lesão que apresenta exsudado, esfacelo e um aumento de tamanho no terceiro dia após a sua ocorrência, já pode ser caracterizada como de difícil cicatrização. Curativos de quitosana com colágeno e extratos vegetais, a exemplo da Jatropha mollissima têm se mostrado promissor no tratamento de feridas devido a ação antimicrobiana da quitosana e da Jatropha mollissima. O colágeno no curativo irá potencializar o processo de cicatrização, além de ser uma proteína importante para a cicatrização dos ferimentos, uma vez que é a proteína mais abundante no tecido conjuntivo e é responsável pela geração da força tênsil dos tecidos humanos. O desenvolvimento de curativos que promova a regeneração e reparação tecidual utilizando o extrato da Jatropha mollissima ainda é pouco reportado. Nesse sentido, o trabalho teve como objetivo desenvolver scaffolds à base de quitosana, colágeno e extrato etanólico da Jatropha mollissima para o tratamento de feridas de difícil cicatrização. A matéria-prima foi caracterizada por Espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR) para identificação dos grupos funcionais presentes. Os scaffolds foram preparados por liofilização utilizando diferentes concentrações de quitosana, colágeno e extrato etanólico de Jatropha molíssima. Em seguida as amostras foram submetidas aos ensaios de FTIR, microscopia óptica, intumescimento, biodegradação biocompatibilidade, microscopia eletrônica de varredura e adesão celular. A análise de FTIR confirmou a interação entre os componentes, destacando a presença de grupos funcionais característicos. A adição de EEJM não alterou significativamente a estrutura dos scaffolds, indicando uma possível interação física entre seus compostos. A porosidade dos scaffolds proporcionou uma melhor permeabilidade favorecendo maior intumescimento, o que poderá facilitar a nutrição e proliferação celular. Os curativos desenvolvidos demonstraram alta absorção e eficácia na formação dos scaffolds, destacando-se como uma promissora opção para o tratamento de feridas de difícil cicatrização.