Ref.: MCoBi29-003
Apresentador: Sandra Raquel Kunst
Autores (Instituição): Kunst, S.R.(Universidade Feevale); Fiorentin, Y.B.(Universidade Feevale); Soares, L.G.(Universidade Feevale); Lourega, R.V.(Universidade Feevale); Carus, L.A.(Universidade Feevale); Oliveira, C.T.(Universidade Feevale); Morisso, F.D.(Universidade Feevale);
Resumo:
A utilização de biomateriais é importante na medicina e na engenharia biomédica, onde desempenham papéis em dispositivos e como tecidos artificiais. Exemplo disso é a utilização na área odontológica, como meio de preservação do rebordo alveolar após exodontias. A utilização de membranas obtidas a partir da bebida Kombucha, com SCOBY (Consórcio Simbiótico de Bactérias e Leveduras) como inóculo, proporciona o uso de um polímero natural, de fonte renovável, que possui vantagens em relação à resistência à tração, elasticidade, biodegradabilidade, atoxicidade e biocompatibilidade quando comparada a outros materiais. Este biomaterial encontra aplicação na composição de próteses e implantes, na engenharia de tecidos e na liberação controlada de fármacos, bem como no desenvolvimento de sensores e dispositivos médicos. No mesmo sentido tecnológico, o processo sol-gel é uma técnica química amplamente utilizada para a síntese de materiais. Em membranas, o revestimento se torna importante afim de melhorar propriedades mecânicas, por exemplo. Quando se trata da preparação de novos materiais por meio do processo sol-gel, os revestimentos a base alcóxi-silanos têm se destacado entre os utilizados para proteção contra à corrosão de superfícies. O sucesso desses revestimentos deve-se a combinação entre as propriedades dos revestimentos orgânicos, como hidrofobicidade e flexibilidade, com as dos revestimentos inorgânicos, como resistência mecânica e dureza. Em aplicações biomédicas, esses revestimentos podem, ainda, aprimorar características de bioatividade e biocompatibilidade. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é preparar membranas de celulose bacteriana de Kombucha e modificá-las com silanos. As membranas de celulose de Kombucha foram produzidas pela simbiose de leveduras e bactérias, através da fermentação do açúcar em extrato aquoso do pó das sementes de Theobroma cacao (cacau). As membranas foram purificadas em hidróxido de sódio (NaOH) 0,5 M, lavadas com água destilada até pH 7 e condicionadas em etanol anidro por meio de 3 imersões de 30 min cada. A partir daí foram utilizadas membranas úmidas como retiradas do meio de condicionamento e previamente secas em papel toalha até 30% da massa inicial como substrato para o método sol-gel. A aplicação dos precursores alcóxi-silano 3-(trimetóxisililpropil)metacrilato (MAP) e tetraetóxisilano (TEOS) foi realizada por meio de dip-coating da forma sol sobre a membranas de celulose úmida e seca, com velocidade de imersão/emersão de 100 mm/min e permanência de 10s. Em seguida, as membranas foram colocadas em estufa a 60°C por 20 min para reticulação do revestimento e a obtenção da forma gel. Ambas as membranas foram caracterizadas por microscopia óptica, MEV/EDS, FTIR, TGA, DSC e DMA. A microscopia eletrônica com EDS sugere a presença da cobertura de silano nas membranas e o infravermelho sugere, também, o recobrimento das membranas, além da reticulação da forma gel.