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Ref.: MpoFsu22-002

Uso de microplásticos biodegradáveis na remoção de contaminantes orgânicos

Apresentador: Gabriel Bezerra Silva

Autores (Instituição): Silva, G.B.(Instituto de Macromoleculas.UFRJ); de Souza Jr, F.G.(Instituto de Macromoleculas.UFRJ); Maranhão, F.d.(Instituto de Macromoleculas.UFRJ); Brandão, D.S.(Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia); Peçanha, T.d.(Instituto de Macromoleculas.UFRJ); Hsia, E.B.(Instituto de Macromoleculas.UFRJ);

Resumo:
Os corantes orgânicos são substâncias poluentes, tóxicas e cancerígenas. A solubilização destas substâncias em meio aquoso prejudica a fotossíntese realizada por seres vivos, pois dificultam a penetração de luz solar. Dentre estes grupos de contaminantes orgânicos, destaca-se o alaranjado de metila (AM), classificado como um corante aniônico, com um grupo azo (N=N) e cadeias aromáticas em sua estrutura molecular. Tais características tornam este corante estável em água, dificultando sua degradação. O método mais empregado para remediação deste problema ambiental é a adsorção. Um adsorvente muito utilizado é a quitosana, um biopolímero biodegradável, obtido a partir da desacetilação da quitina, que é extraída da casca de crustáceos, fungos e insetos. A presença de grupos hidroxila (-OH) e amino (-NH2) em sua cadeia tornam este polímero como um material potencial na área na adsorção de contaminantes. A solubilização da quitosana em meio ácido e a formação de filmes por meio da técnica de evaporação de solvente, permite a produção de plásticos que podem atuar na remoção do alaranjado de metila do meio aquoso, através de interação eletrostática. A incorporação de surfactantes catiônicos nestes filmes pode aumentar o potencial de adsorção do biopolímero. Um destes é o brometo de cetiltrimetilamônio (CTAB). O objetivo deste trabalho foi a avaliação da remoção de alaranjado de metila através de microplásticos de quitosana modificados com CTAB dispersos no meio aquoso contaminado. Foi preparada uma solução polimérica 20% (m/v), onde a quitosana foi dissolvida em ácido acético 1%. O CTAB foi adicionado à solução formada, e a sua massa foi de 40% em relação ao biopolímero. A mistura foi vertida em uma placa de Petri de polipropileno e posta para secagem em estufa. Posteriormente, o filme foi removido da placa e imerso em uma solução de NaOH 0,1 mol/L para neutralização do material. O filme foi triturado em um moinho analítico. Os plásticos moídos (0,1g) foram postos em contato com uma solução de alaranjado de metila (10 mL) com concentração de 4 ppm, com uma absorbância inicial de 0,386, medida por um espectrofotômetro UV-Vis. Foram realizadas leituras em diferentes intervalos de tempo, e após 24h foi obtida uma absorbância igual a 0,024, obtendo-se um percentual de remoção igual a 93%. Com os dados obtidos, é possível considerar a quitosana modificada com CTAB como um compósito promissor na remoção de corantes orgânicos aniônicos do meio aquoso, devido às suas estruturas catiônicas presentes nas suas estruturas moleculares.