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Ref.: MmeCo09-010

Desenvolvimento de um Novo Aço Inoxidável Duplex com Elevado Teor de Nitrogênio: Caracterização Microestrutural e Propriedades Eletroquímicas

Apresentador: Victor Hugo Mafra Monfredo Ferreira

Autores (Instituição): Ferreira, V.M.(Universidade Federal de São Carlos); Coury, F.G.(Universidade Federal de São Carlos); Koga, G.Y.(Universidade Federal de São Carlos);

Resumo:
O uso de nitrogênio como elemento de liga em aços inoxidáveis oferece diversas vantagens. Sendo um elemento abundante e com preço estável, o nitrogênio contribui para estabilizar a austenita nesses aços, tornando-os mais resistentes à corrosão, especialmente à corrosão por frestas. Além disso, o nitrogênio é um soluto mais eficaz em endurecimento por solução sólida do que o níquel, resultando em aços com um aumento significativo no limite de escoamento, além de maior resistência ao desgaste e à fadiga. No entanto, lidar com teores elevados de nitrogênio pode resultar em sérias perdas desse elemento, devido à desgaseificação causada pela baixa solubilidade do nitrogênio no ferro líquido, o que gera aversão à aplicação em larga escala de aços com alto teor de nitrogênio. Uma possível abordagem para o desenvolvimento de ligas de alto teor de nitrogênio sob pressão atmosférica é por meio de aços inoxidáveis duplex, nos quais a quantidade de fase austenítica e ferrítica é aproximadamente igual. Uma quantidade muito menor de nitrogênio é necessária para manter uma fase de austenita de 50% em comparação com a adição necessária de nitrogênio para alcançar uma microestrutura totalmente austenítica. Diante disso, este trabalho tem como objetivo desenvolver um aço inoxidável duplex com alto teor de nitrogênio à pressão ambiente com o auxílio de métodos computacionais. A microestrutura da liga foi analisada por microscopia óptica e eletrônica de varredura, e as fases presentes foram identificadas por difração de raios-X. A composição química foi determinada por espectrometria de emissão óptica por centelha, com exceção dos elementos C, S, N e O, analisados por combustão e quantificados por absorção de infravermelho. A resistência à corrosão por pite foi avaliada por polarização potenciodinâmica cíclica em solução de 0,6M NaCl. Os resultados da análise revelaram que a liga desenvolvida exibiu uma microestrutura duplex, composta por uma combinação de fase austenítica e ferrítica. Além disso, os ensaios de resistência à corrosão em meio salino demonstraram uma elevada resistência da liga à corrosão por pite.