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Ref.: MCoErec08-010

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DA FIBRA DO AÇAÍ (EUTERPE OLERACEA MART.) EM COMPÓSITOS DE MATRIZ POLIÉSTER ORTOFTÁLICA

Apresentador: JENNIFER FERREIRA FERNANDES

Autores (Instituição): FERNANDES, J.F.(Universidade Federal do Pará); MONTEIRO, M.V.(Universidade Federal do Pará); LIMA, H.B.(Universidade Federal do Pará); SOUSA, A.P.(Universidade Federal do Pará); Rodrigues, E.C.(Universidade Federal do Pará); Estumano, D.C.(Universidade Federal do Pará); Costa, D.S.(Universidade Federal do Pará);

Resumo:
O açaí é um dos frutos mais conhecidos na Amazônia, por seu valor nutricional e pela vasta comercialização. Na região metropolitana de Belém, o fruto desempenha um papel crucial para o desenvolvimento econômico, visto que promove a valorização dos recursos locais proporcionando oportunidades de geração de renda. No entanto, diante da alta demanda comercial, tem-se uma preocupação quanto ao descarte inadequado dos caroços de açaí, os quais são frequentemente despejados nas ruas e rios, gerando impactos ambientais significativos. Diante deste cenário, o trabalho visa utilizar as fibras deste caroço para avaliar a massa específica, caracterizar a morfologia e fabricar compósitos de matiz polimérica para verificar os ensaios de flamabilidade e tração. Os caroços foram adquiridos, em seguida, foram lavados para remoção de impurezas e armazenados em um lugar arejado por 24h. Posteriormente, as fibras foram extraídas manualmente para determinação da massa específica através do método do picnômetro e a realização da caracterização morfológica pelo Microscópio Eletrônico de Varredura. O processo de fabricação dos compósitos, deu início com uma matriz uma resina poliéster ortoftálica, iniciador de cura butanox 1% (v/v) e a fibra de açaí em 1%, 2% e 3%, logo, realizou-se o vazamento da primeira camada da mistura (resina+iniciador) no molde, em seguida, houve a dispersão das fibras e a segunda camada da mistura, e quando atingiu o ponto de gel, foi colocado uma pressão de 47,5 N, após 25 minutos foram retirados para concluir a polimerização total dos corpos de prova de flamabilidade e os de tração. O ensaio de flamabilidade seguiu a norma ASTM D635 e o ensaio de tração seguiu a norma ASTM D638. A obtenção massa específica aparente foi realizada em triplicata para precisão, obtendo coerência com os estudos pesquisados. A micrografia da fibra é irregular, rugosa, com possíveis ceras, graxos naturais da própria fibra e contendo orifícios denominados como canais de pontuação. No ensaio de flamabilidade os compósitos obtiveram resultados inferiores ao limite permitido pelas normas ASTM D635 e CONTRAN 498, que exigem 40 mm/min e 100 mm/min, respectivamente. Apesar de as matrizes poliméricas os compósitos apresentaram resultados coerentes com as normas pesquisadas. No ensaio mecânico de tração, os compósitos do trabalho evidenciaram o melhor desempenho quando comparado com a literatura das fibras de Coco, Juta e Cana-de-açúcar, dessa maneira o ensaio de tração do trabalho resultou na maior resistência devido à boa molhabilidade, dispersão uniforme e boa aderência entre matriz/fibra. Conclui-se que as fibras de açaí apresentam um desempenho relevante para aplicações que possibilitam o desenvolvimento econômico e sustentável, conforme demostrado das caracterizações e ensaios realizados. Além disso, sua utilização contribui para a preservação da Amazônia, reduzindo a geração resíduos sólidos, em constância com os Objetivo de Desenvolvimento Sustentáveis.