Ref.: MCoSi32-012
Apresentador: ELIBE S. Souza Negreiros
Autores (Instituição): Negreiros, E.S.(Universidade Federal de Pernambuco); Barros, B.S.(Universidade Federal de Pernambuco); KULESZA, J.E.(UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO);
Resumo:
Os desafios enfrentados pela agricultura atual incluem mudanças climáticas, patógenos vegetais, carências de nutrientes no solo, além da resistência às culturas geneticamente modificadas. Abordagens tradicionais como a rotação de culturas têm sido eficazes contra doenças, como a podridão das raízes, mas enfrentam limitações, como a escassez de variedades altamente resistentes e restrições nos controles químicos devido à complexidade genética das plantas. O uso prolongado de fungicidas pode levar à resistência dos patógenos e causar problemas ambientais e de saúde pública. Além disso, os fungos fitopatogênicos se propagam e infectam principalmente na forma de esporos, e a viabilidade dos esporos patogênicos muitas vezes torna muitos agentes tradicionais ineficazes. O óxido de grafeno emerge como uma alternativa promissora, devido às suas propriedades, como ampla área superficial, estabilidade química e baixa toxicidade. Suas aplicações agrícolas abrangem como nanocarreador de nutrientes para plantas e agentes de proteção de culturas. Além disso, nanopartículas dessa mesma classe de materiais exibiram alto nível de atividade antifúngica, destacando assim o seu potencial para uma variedade de aplicações. Neste trabalho, três materiais foram sintetizados utilizando uma rota sintética sustentável a partir do bagaço da cana de açúcar: óxido de grafeno (GO), óxido de grafeno funcionalizado com arginina (GO-arg) e óxido de grafeno funcionalizado com (3-aminopropil)trietoxisilano (GO-aptes), visando aplicação antifúngica. O óxido de grafeno derivado do bagaço da cana-de-açúcar foi produzido na presença de um agente oxidante específico, o ferroceno, a 300 °C por 10 minutos em uma mufla. A funcionalização de GO com Arg e Aptes foi realizada mediante agitação vigorosa em temperaturas específicas (27 e 100 °C) e por períodos determinados (24 e 6 horas), respectivamente. Os materiais sintetizados foram testados contra os patógenos Fusarium (podridão das raízes) e Macrophomina (podridão de carvão), que representam sérias ameaças para diversas culturas agrícolas importantes. As cepas fúngicas foram cultivadas em ágar batata dextrose, mantidas a uma temperatura de 25 °C e com fotoperíodo de 12 horas de luz e 12 horas de escuridão e o crescimento foi avaliado após sete dias. A estrutura dos materiais foi caracterizada por meio de DRX, FTIR e Raman, enquanto a morfologia foi analisada por MEV. Os resultados preliminares da inibição desses patógenos mostraram eficácia contra o Fusarium, utilizando uma concentração de 1mg/L dos materiais testados. No entanto, estudos adicionais são essenciais para explorar variações na concentração e aprimorar o processo de inibição desses patógenos.