Ref.: MmeCa09-054
Apresentador: Jéssica Dornelas Silva
Autores (Instituição): de Assis Diniz Cotrim, F.(COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro); Moraes do Carmo, R.(Universidade Federal do Rio de Janeiro); Dornelas Silva, J.(Universidade Federal de Minas Gerais); Silva dos Santos, D.(COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro);
Resumo:
Armaduras de tração são utilizados na fabricação de dutos flexíveis aplicados no transporte de fluídos na indústria de óleo e gás. Danos nas camadas externas e a permeação de moléculas presentes nos fluídos transportados e na água do mar podem resultar na presença de um meio agressivo no espaço anular. Neste contexto, falhas envolvendo corrosão e fragilização pelo hidrogênio podem ocorrem nas armaduras metálicas. Sendo constituídas de aços com alto teor de carbono com composição hipoeutetóide, a microestrutura destes materiais consiste em ferrita pró-eutetóide e perlita. Variações na composição química e no processamento, por sua vez, levam a diferenças no comportamento da microestrutura de armaduras diferentes. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de alterações no espaço interlamelar da perlita produzida por tratamentos térmicos distintos. Para isso, a armadura recebida foi austenitizada e, em seguida, submetida a tratamentos isotérmico em diferentes temperaturas: 550°C, 600°C, 650°C e 700°C. Para avaliação microestrutural, foi utilizada análise por microscopia eletrônica de varredura (MEV). Medidas do espaço interlamelar da perlita foram realizadas por análise de imagem com auxílio do software ImageJ. Ensaios de polarização potenciodinâmica catódica foram feitos para avaliação da condição de geração de hidrogênio e ensaios de permeação eletroquímica para determinação com coeficiente de difusão aparente e da solubilidade do hidrogênio nas diferentes condições microestruturais. Curvas teóricas pela lei de Fick foram calculadas e os ajustes necessários para um fit adequado nas curvas experimentais foram avaliados. Conforme esperado, o espaçamento interlamelar aumenta com o aumento da temperatura de tratamento térmico. Nos testes de polarização, maiores densidades de corrente foram observadas para microestrutura mais refinadas e menores para microestruturas mais grosseiras. A partir dos testes de permeação, notou-se uma tendência a aumento do coeficiente de difusão com o aumento do espaço interlamelar devido a uma maior facilidade de movimentação do hidrogênio na fase ferrítica. No fit das curvas de permeação, maiores desvios da curva teórica foram encontrados nos aços com espaçamento interlamelar mais refinado. Essa diferença foi atribuída a uma maior densidade de sítios aprisionadores devido à maior quantidade de interfaces cementita/ferrita.