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Ref.: MCoBi25-001

EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DE DIFERENTES CINZAS EM HIDROGÉIS BIOCOMPÓSITOS SOBRE A CAPACIDADE DE ADSORÇÃO DE CORANTE AZUL DE METILENO A PARTIR DE SOLUÇÕES AQUOSAS

Apresentador: Maria Gisele Medeiros Chaves

Autores (Instituição): Medeiros Chaves, M.G.(Universidade Estadual Vale do Acaraú); Lima de Souza, M.V.(Universidade Estadual Vale do Acaraú); Barbosa Pereira, L.E.(Universidade Estadual Vale do Acaraú); Azevedo, J.X.(Universidade Estadual Vale do Acaraú); Rodrigues, F.H.(Universidade Estadual Vale do Acaraú);

Resumo:
A água é um recurso natural que atualmente vem trazendo grande preocupação, pois o índice de escassez e poluição está cada vez maior. Os rejeitos gerados pelas indústrias são, em geral, espécies químicas altamente tóxicas para o solo, água e o homem. A legislação ambiental tem buscado novos métodos de controlar este descarte afim de que o impacto ambiental seja minimizado. Dentre estes métodos, a adsorção é a técnica mais largamente utilizada devido a sua simplicidade, elevada eficiência, fácil recuperação e reutilização dos adsorventes. Por outro lado, os resíduos agroindustriais, como: a casca de coco e a casca da castanha de caju, normalmente são descartados na natureza, acarretando poluição, enquanto uma pequena fração destes é utilizada na geração de energia através de sua queima. Desta forma, buscando promover uma maior sustentabilidade e reduzir possíveis impactos ambientais, uma série de hidrogéis compósitos foi sintetizada utilizando diferentes percentuais de CCC e CCCC, rejeitos agroindustriais, e goma de cajueiro (GC) enxertados com poli(ácido acrílico) (PAA), com interesse no estudo desses sistemas como absorventes de corante catiônico azul de metileno (AM) a partir de soluções aquosas. Os hidrogéis compósitos foram sintetizados conforme o procedimento: 0,5 g de GC foi solubilizada em 30 ml de água destilada com diferentes percentuais de cinzas (5, 10, 15, 20 % m/m) a 70 °C sob agitação magnética e fluxo de N2, em seguida, 1% m/m de K2S2O8 foi introduzido. Após dez minutos, 3,5 g de AA e 1% m/m de N,N'-metilenobisacrilamida foram adicionados. Os produtos foram resfriados à temperatura ambiente e, após 24 horas, neutralizados em solução de NaOH (2 mol.L-1), durante 2h a 90-95°C, em seguida, lavados com água destilada exaustivamente, secos em estufa a 70°C e macerados até granulometria de 9-24 mesh (2,00-0,71 mm). Os ensaios de adsorção foram realizados nas seguintes condições: 25 mg do adsorvente imersos em 50 mL de solução de AM (500 mg.L-1); com velocidade de agitação do sistema (200 rpm) por 60 min; pH original da solução e temperatura ambiente (25,0±1,0 oC). A concentração residual de AM foi determinada por espectrofotometria UV-Vis, utilizando o comprimento de onda máximo (670 nm) através de uma equação linear obtida a partir de uma curva analítica (y = 0,0735x – 0.00299, R²=0,9979, sendo y a absorbância e x a concentração, respectivamente). De acordo com os resultados obtidos, observou-se que a capacidade máxima de absorção para os compósitos estudados foram semelhantes (qe = 917,74±58,09 e 898,26±19,08 mg corante.g gel-1), respectivamente para os compósitos com CCC e CCCC, porém, alcançados com percentuais diferentes de cinzas (5 e 15 % m/m), e superiores quando comparada a matriz polimérica na ausência da carga (qe = 690,05±44,83 mg corante.g gel-1). Conclui-se, portanto, que a composição química, o grau de porosidade e o percentual da cinza utilizada interfere positivamente na capacidade de adsorção do corante AM.