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Ref.: MpoBi02-028

Produção e caracterização de scaffolds compósitos, a base de polímeros biodegradáveis, pela técnica de rotofiação para regeneração tecidual óssea.

Apresentador: Marcele Fonseca Passos

Autores (Instituição): Matos, A.T.(Universidade Federal do Pará); Passos, M.F.(Universidade Federal do Pará);

Resumo:
As fraturas e anomalias nos ossos acometem milhões de pessoas, e podem ser decorrentes de acidentes, doenças ou pelo envelhecimento da população (FANG et al., 2021). No Brasil, o número de fraturas ósseas no quadril deve dobrar até o ano de 2040, podendo chegar a 200 mil fraturas por ano, de acordo com o levantamento realizado pela Fundação Internacional de Osteoporose (STOLNICKI et al., 2022). Para atender essa demanda, de lesões e rupturas do osso, estão sendo desenvolvidos vários materiais de enxertos que auxiliam na regeneração tecidual óssea (SAGADEVAN et al., 2023). Com o uso dos enxertos sintéticos, denominados de scaffolds (arcabouços ou suportes) busca-se induzir a regeneração tanto de tecidos macios quanto de tecido ósseo, simulando a matriz extracelular natural (RAVOOR; THANGAVEL; RENOLD ELSEN, 2021). Entre os polímeros sintéticos utilizados na produção de fibras estão o ácido polilático – PLA (BARBOSA et al., 2022) e a policaprolactona – PCL (ALTUN et al., 2022). Portanto, o objetivo deste estudo foi desenvolver scaffolds de PCL pura e PCL/PLA 70/30 pela técnica de rotofiação, carregados ou não com uma mistura de hidroxiapatita e ?TCP (HA/?TCP 60/40), além de avaliar a morfologia pela técnica de microscopia óptica e os grupos funcionais dos materiais pela técnica de espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR). As soluções poliméricas foram preparadas solubilizando a PCL em diclorometano, na concentração de 20% m/v, para a malha pura, e solubilizando PCL e PLA, razão 70/30, respectivamente, na concentração final de polímero de 20% m/v. Para a produção das fibras foi utilizado um sistema de rotofiação adaptado, empregando uma miniretífica com rotação de 2700 rpm e um coletor cilíndrico para coletar as fibras produzidas. As fibras de PCL/PLA, cortadas em dimensão de 1x1 cm e 0,5 mm de espessura, foram adicionadas em solução de HA-?TCP/etanol 3% m/v e agitadas por 30 min. A partir das imagens de microscopia óptica, foi possível observar uma mudança na morfologia das fibras de PCL/PLA/HA-?TCP, ocorrendo pontos mais escuros na sua superfície, indicando uma possível incorporação da HA/?TCP nas fibras, quando comparadas às fibras puras. Também foi possível observar uma mudança no perfil dos espectros de FTIR dos materiais nas bandas em 574 cm-1 e 600 cm-1, características de vibração do alongamento assimétrico de grupos PO3-4, presentes na mistura de HA-?TCP. Além disso, observamos um sinal fraco em 616 cm-1 que é característico do grupo OH final de menor impedimento estérico da estrutura da hidroxiapatita. Com base nos resultados expostos, as fibras foram produzidas com sucesso e a incorporação de HA/?TCP nas fibras pode ser comprovada pelos testes de microscopia e FTIR. Assim, sugere-se o uso das malhas de PCL/PLA/HA-?TCP em aplicações de regeneração óssea, mas ainda são necessários testes de viabilidade celular nos materiais e ensaios mecânicos.