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Ref.: MceSi32-022

Síntese hidrotermal de pontos quânticos de calcogenetos de metais de transição

Apresentador: Gilson Pedro Lopes

Autores (Instituição): Lopes, G.P.(Universidade Federal do ABC); Escote, M.T.(Universidade Federal do ABC);

Resumo:
Calcogenetos de metais de transição nanoestruturados (CTM), como MoSe2 e WSe2, têm despertado interesse devido às suas propriedades distintas, que variam conforme suas dimensões. As nanofolhas desses materiais exibem propriedades elétricas, ópticas, plasmônicas e eletrônicas únicas. Além disso, os pontos quânticos (QD) de CTM possuem características como fluorescência intensa, estabilidade e baixa toxicidade. Por conseguinte, os QD de CTM têm sido empregados como sensores com base em sua fluorescência, cujas propriedades podem ser ajustadas por meio da forma, tamanho e modificação superficial. Nesse contexto, o presente estudo propõe investigar a síntese de nanocristais semicondutores de MoSe2, WS2 e WSe2 utilizando a rota hidrotermal assistida por micro-ondas. Os sais precursores são dissolvidos em água e hidrazina/etileno glicol em proporções estequiométricas, transferidos para um vaso reacional de teflon e tratados termicamente por 20 minutos a temperaturas de 180, 200 e 210 °C. A formação da fase foi caracterizada por difração de raios X e espectroscopia Raman, evidenciando os modos vibracionais característicos. As propriedades ópticas foram avaliadas por espectroscopia na região do ultravioleta-visível (UV-vis) e de fluorescência. A absorção por UV-vis da amostra preparada com etileno glicol não revelou nenhuma banda, enquanto a amostra com hidrazina apresentou uma banda larga próxima de 275 nm, similar àquela descrita para QDs de MoSe2 na literatura. Ambas as amostras exibiram uma larga banda de emissão de fluorescência em torno de 425 nm quando excitadas com 350 nm, sendo que na amostra de hidrazina, a banda larga também foi intensa e em torno de 433 nm. O deslocamento da banda de emissão para comprimentos de onda maiores sugere que o método de síntese influenciou no tamanho do QD obtido. As próximas etapas incluirão a caracterização das amostras por microscopia eletrônica de varredura e de transmissão. A melhor metodologia será selecionada para a construção de quimiossensores com QDs de diferentes tamanhos, funcionalizados com moléculas quirais (ácido ascórbico L e D, L-cisteína e D-cisteína). As propriedades de transporte e sensoras serão verificadas monitorando variações da resistência elétrica (R(T)) e por medidas eletroquímicas, utilizando soluções com diferentes concentrações de QD-calcogênio, a fim de avaliar o potencial desses materiais na construção de quimiossensores e biossensores.