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Ref.: MmeCa09-051

Estudo da reversão da austenita num aço duplex tipo lean: caracterização microestrutural, dilatométrica e magnética

Apresentador: Maria José Ramos Sandim

Autores (Instituição): Mota, C.F.(Escola de Engenharia de Lorena-Universidade de São Paulo); Aota, L.S.(Max- Planck- Institut fur Eisenforschung); Sandim, H.Z.(EEL-USP); Zilnyk, K.D.(Instituto Tecnológico de Aeronáutica); Sandim, M.R.(Escola de Engenharia de Lorena - Universidade de São Paulo);

Resumo:
Estudo da reversão da austenita num aço duplex do tipo lean: caracterização microestrutural, dilatométrica e magnética C. F. G. S. Mota1, L. S. Aota2, H. R. Z. Sandim1, K. D. Zilnyk3, M. J. R. Sandim1 1 Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, 12602-810 Lorena, Brasil 2 Max-Planck-Institut für Eisenforschung, 40237 Düsseldorf, Alemanha 3 Instituto Tecnológico de Aeronáutica, 12228-900 São José dos Campos, Brasil Neste trabalho foi investigada a reversão da austenita em um aço duplex do tipo lean UNS S32304, o qual apresenta transformação martensítica induzida por deformação. O material foi laminado a frio até 80% de redução em espessura (deformação verdadeira 1,61) e submetido a uma razão de aquecimento de 3oC/min até 1000oC. A partir da curva de dilatometria, uma expansão térmica anômala foi observada em torno de 545oC, no mesmo intervalo de temperatura para o qual medidas magnéticas in situ indicaram reversão da austenita. Para amostras aquecidas até temperaturas chave, além de testes de microdureza Vickers, foram também realizadas medidas magnéticas em temperatura ambiente. A caracterização microestrutural das amostras foi feita utilizando-se as técnicas de EBSD (difração de elétrons retroespalhados) e ECCI (imagem de contraste de canalização de elétrons). Constatou-se que a reversão da austenita tem início em aproximadamente 545oC. Nessa temperatura, a presença de pequenas ilhas de austenita com um grande número de defeitos, dispersas na matriz ccc, indica que o início da reversão é governado por um mecanismo de cisalhamento. À medida que a transformação alfa'-gama se aproxima do seu fim em aproximadamente 800oC, regiões cfc livres de defeitos e com morfologia equiaxial são visualizadas na microestrutura. Além disso, a austenita revertida apresenta novas componentes de textura. Essas características indicam que o mecanismo de reversão por cisalhamento é substituído por um mecanismo difusional à medida que a temperatura aumenta. O comportamento anômalo da dilatometria associado ao início da reversão da austenita nesse material é algo raramente reportado na literatura.