Ref.: MceCa07-014
Apresentador: Anne Carolline Gomes da Silva Oliveira
Autores (Instituição): Oliveira, A.G.(Instituto Federal do Rio Grande do Norte); Da Silva, E.F.(Instituto Federal do Rio Grande do Norte); Silva, M.L.(Instituto Federal do Rio grande do Norte); Silva, I.L.(Instituto Federal do Rio Grande do Norte); NASCIMENTO, B.M.(IFRN); Nascimento, W.d.(Universidade Federal do Rio Grande do Norte); Monteiro, F.M.(Instituto Federal do Rio Grande do Norte); Machado, T.G.(Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia); MEYER, M.F.(IFRN); Ribeiro Neto, D.V.(Instituto Federal do Rio Grande do Norte);
Resumo:
As micas são comuns em várias regiões do Nordeste brasileiro, incluindo as formações antigas da região da Província Borborema-Seridó, localizada na fronteira entre os Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba. A presença desse mineral na região do Seridó resulta na produção de riqueza e renda para a sociedade, em razão de sua potencialidade comercial. A moscovita pode ser utilizada, por exemplo, no setor de produtos eletrônicos, no setor petrolífero e em tintas. Contudo, sua capacidade na indústria ainda não foi esgotada, diante das suas propriedades físico-químicas. A indústria ceramista é um dos setores no Brasil que é responsável por fazer a economia circular, em razão da sua diversidade de produtos e por ser necessária em todas as classes sociais. Por outro lado, garantir a sustentabilidade da indústria cerâmica torna-se crucial diante da escassez crescente de recursos naturais. Sendo assim, este trabalho possui como objetivo estudar o potencial da adição de mica em esmaltes cerâmicos, visando à obtenção de peças cerâmicas esmaltadas com desempenho semelhante aos produtos cerâmicos tradicionais. Inicialmente, a mica passou por um processo de beneficiamento, incluindo moagem e peneiramento, e foi caracterizada pelas técnicas de difração de raios-X (DRX) e fluorescência de raios-X (FRX). Por conseguinte, produziu-se esmaltes cerâmicos com as seguintes proporções de mica (0%, 5%, 10% e 15%). Os esmaltes foram testados em suportes cerâmicos produzidos com massa cerâmica com propriedades similares aos revestimentos cerâmicos. Os suportes foram esmaltados pelo processo de pincelagem e, logo em seguida, sinterizados na temperatura de 1200°C, com taxa de aquecimento de 10ºC/min, com isoterma de 60 minutos na temperatura mais elevada. As propriedades tecnológicas dos corpos de prova esmaltados foram aferidas através dos ensaios tecnológicos de análises de absorção de água (AA%), porosidade aparente (PA%), retração linear (RL%), perda ao fogo (PF%) e massa específica aparente (MEA, g/cm³). Os resultados apresentados demonstram que a mica influenciou nas propriedades tecnológicas de absorção de água, porosidade aparente e retração linear. A adição de mica resultou em uma redução significativa na absorção de água e porosidade aparente dos corpos de prova esmaltados, indicando uma melhoria na resistência à umidade e na densidade dos revestimentos cerâmicos. No entanto, não foram observadas diferenças significativas nas propriedades estéticas das peças, o que sugere que a mica pode ser uma adição viável para melhorar as propriedades funcionais dos esmaltes cerâmicos sem comprometer sua estética.
Esses resultados ressaltam o potencial da mica como um aditivo promissor na formulação de esmaltes cerâmicos, oferecendo benefícios em termos de desempenho técnico sem comprometer a qualidade visual dos produtos.