Ref.: MpoBel12-001
Apresentador: Carlos Toshiyuki Hiranobe
Autores (Instituição): Hiranobe, C.T.(Universidade Estadual Paulista); Melo, D.d.(Universidade Estadual Paulista); Tolosa, G.R.(Universidade Estadual Paulista); Hiranobe, M.F.(Universidade Estadual Paulista); Ribeiro, G.D.(Universidade Estadual Paulista); Filgueira, M.d.(Universidade Estadual Paulista); Mukuno, J.S.(Universidade Estadual Paulista); Araujo, S.d.(Universidade Estadual Paulista); dos Santos, R.J.(Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Engenharia e Ciências); Job, A.E.(Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia);
Resumo:
O aumento dos problemas de visão, conforme destacado no Relatório Global sobre Saúde Ocular da Organização Mundial da Saúde (OMS), está impulsionando a demanda por lentes oftálmicas, tanto para corrigir problemas de visão quanto para atender às necessidades estéticas e de estilo de vida. Isso significa que a produção de lentes oftálmicas está em alta, com uma variedade cada vez maior de opções disponíveis para os consumidores. No entanto, essa produção crescente também está gerando uma quantidade proporcionalmente maior de resíduos de lentes oftálmicas. Como esses materiais muitas vezes são compostos por plástico e outros materiais não biodegradáveis, a disposição inadequada desses resíduos pode contribuir para a poluição ambiental. Portanto, há uma necessidade crescente de abordar não apenas as questões de saúde ocular, mas também de considerar as consequências ambientais da produção e descarte de lentes oftálmicas, incentivando práticas mais sustentáveis na indústria e entre os consumidores. Com o objetivo de promover a sustentabilidade ambiental, foram desenvolvidos compósitos vulcanizados de borracha estireno butadieno (SBR 1502) com resíduo de lente oftálmica (RLO) em diferentes proporções (0, 10, 20, 30, 40 e 50 phr - per hundred rubber). As misturas foram preparadas conforme a norma ASTM D3182, utilizando um misturador aberto de rolos. Os compósitos foram submetidos a Análises Reométricas (ASTM D2084) e sua estabilidade térmica foi avaliada por meio de ensaios de Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) e Análise Termogravimétrica (TG). Os resultados da análise reométrica indicam que a adição de cargas resulta em aumento dos torques mínimos e máximos, relacionados à viscosidade e à formação de ligações cruzadas, respectivamente. Além disso, a presença das cargas não parece afetar o tempo ótimo de cura (t90). No DSC, observou-se que a temperatura de transição vítrea (tg) do SBR ocorre entre -55 e -32°C, enquanto a do RLO varia entre 25 e 50°C. A liberação de moléculas de água adsorvidas nos compósitos ocorre entre 92,5 e 117°C. Na análise termogravimétrica, o RLO apresenta duas temperaturas de degradação, sendo a primeira mais intensa a 364°C e a segunda a 440°C, sugerindo que o RLO em questão possa ser polimetilmetacrilato (PMMA). As temperaturas de degradação dos compósitos também tendem a mostrar duas etapas, com a primeira ocorrendo em temperaturas mais baixas (aproximadamente 300°C) após a incorporação do RLO, enquanto a segunda etapa mostra uma sobreposição das temperaturas de degradação do RLO e do SBR. Assim, pode-se concluir que o compósito de SBR/RLO é recomendado para aplicações que demandam estabilidade térmica, além de proporcionar economia no consumo energético devido à manutenção do tempo ótimo de cura. Além disso, contribui para a sustentabilidade ambiental ao agregar valor ao uso de resíduos de lentes oftálmicas.