Ref.: MCoBi02-027
Apresentador: Gilmar Patrocínio Thim
Autores (Instituição): Thim, G.P.(Instituto Tecnológico de Aeronáutica); Rodrigues, K.F.(Instituto Tecnológico de Aeronáutica); Montanheiro, T.L.(Instituto Tecnológico de Aeronáutica); Koga-Ito, C.Y.(Universidade Estadual Paulista);
Resumo:
Um dos principais desafios da engenharia de tecidos é desenvolver biomateriais que imitem o ambiente natural da matriz extracelular (ECM), onde os tecidos se regeneram. Esses biomateriais devem fornecer um suporte adequado para a recuperação de tecidos lesionados. Nesse sentido, o presente estudo envolveu a preparação de nanofibras eletrofiadas de policaprolactona (PCL), adicionadas de nanocristais de celulose funcionalizados (CNCF) para atuar na área de regeneração de tecidos moles. Além disso, as nanofibras eletrofiadas à base de PCL/CNCF foram submetidas a um tratamento superficial com plasma frio atmosférico (PFA). A PCL é um polímero que tem grande potencial de aplicação na produção de biomateriais, por ser atóxico e ecologicamente correto. Um dos principais benefícios da PCL é sua biodegradabilidade, pois ela se degrada lentamente no corpo, facilitando a liberação controlada de componentes bioativos e servindo como suporte temporário. No entanto, a hidrofobicidade da PCL limita seu uso na área, pois resulta em uma baixa adesão celular. Nesse contexto, CNC funcionalizados com isocianato de n-octadecila foram incorporados com o propósito de diminuir a hidrofobicidade das nanofibras, e possivelmente melhorar propriedades de adesão celular e biocompatibilidade da PCL. O PFA foi usado com o objetivo de gerar grupos polares contendo oxigênio na superfície das nanofibras, buscando melhorar ainda mais a adesão celular ao material. As nanofibras foram analisadas por espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier (FT-IR), microscopia eletrônica de varredura (MEV), goniometria e análise termogravimétrica (TGA). Os CNCF também foram caracterizados por difração de raios X (DRX) e FT-IR. Os principais resultados mostraram que os CNC foram funcionalizados com isocianato de n-octadecila, as nanofibras foram produzidas com sucesso, sem defeitos, e que as amostras ficaram menos hidrofóbicas após a adição dos CNCF e totalmente hidrofílicas após o tratamento com PFA.