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Ref.: MpoBi41-002

Síntese de Polihidroxialcanoatos a partir da bioconversão de efluente da indústria de mandioca por Cupriavidus necator

Apresentador: Mashely Pickman Gutierrez

Autores (Instituição): Pickman Gutierrez, M.(Universidade Federal da Bahia); Silva Anias, F.(Universidade Federal da Bahia); Santana Carvalho, N.(Universidade Federal da Bahia); Santos Santana, J.S.(Universidade Federal da Bahia); Santos Jesus, A.B.(Universidade Salvador); Guimarães Cardoso, L.(Universidade Salvador); Oliveira Souza, C.(Universidade Federal da Bahia); Silva, J.B.(Universidade Federal do Recôncavo da Bahia); de Jesus Assis, D.(Universidade Salvador);

Resumo:
Os polihidroxialcanoatos (PHAs) são uma família de poliésteres de base biológica e com amplo potencial de aplicações, principalmente devido à sua biodegradabilidade, atoxicidade, biocompatibilidade, termoplasticidade e a semelhança de propriedades mecânicas com as dos plásticos sintéticos de origem fóssil, tornando-os potenciais substitutos. Esses biopolímeros são sintetizados intracelularmente por microrganismos em condições de estresse e disponibilidade de fonte de carbono. Entretanto, sua produção apresenta altos custos de produção, causado principalmente pela fonte de carbono caras, como a glicose, uma vez que esse carboidrato atua diretamente na via de síntese do biopolímero. Por outro lado, diversos resíduos agroindustriais ricos em nutrientes e carbono podem contribuir para a redução de custos desse bioprocesso, ao passo que se agrega valor aos resíduos. Nesse sentido, o resíduo agroindustrial oriundo do processamento da farinha de mandioca (Manihot esculenta), a manipueira, foi empregado como fonte de energia e carbono para duas espécies bacterianas produtoras de PHA. Os cultivos foram conduzidos em agitador orbital a 35°C, 150 rpm, por 72h. Os PHAs foram extraídos com clorofórmio e quantificados por gravimetria. As espécies de C. necator testadas foram capazes de crescer e acumular PHA em meio contendo a manipueira, sendo mais expressivo para o C. necator DSM 545, que acumulou uma quantidade de PHA quatro vezes superior à do C. necator DSM 531. Esses resultados indicaram a deficiência de enzimas especificas para atuarem nos carboidratos complexos presentes no resíduo. Visando melhorar a disponibilidade de carbono e, consequentemente, o desempenho produtivo, o hidrolisado da manipueira foi empregado para cultivar a cepa de melhor desempenho para produzir PHA, C. necator DSM 545. Nas mesmas condições, o cultivo com hidrolisado elevou o crescimento celular em 73% e a produção de PHA em 108%, demonstrando ser uma alternativa promissora para agregar valor à cadeia produtiva de mandioca e gerar PHA de baixo custo.