Ref.: MceErec06-006
Apresentador: Maria Eduarda Santana
Autores (Instituição): Santana, M.E.(Universidade Federal da Paraíba);
Resumo:
A indústria da construção civil é reconhecida pelo elevado consumo de recursos naturais e pela significativa produção de resíduos, acarretando sérios impactos ambientais. Portanto, a crescente preocupação com a poluição dos oceanos ressalta a necessidade de soluções inovadoras para lidar com o problema do lixo plástico. Este estudo propõe o desenvolvimento de tijolos ecológicos como uma alternativa sustentável.
Os tijolos ecológicos, também denominados tijolos de solo-cimento, ou bloco de terra compactado, são fabricados a partir de solo, água e uma matriz cimentícia, apresentando menor impacto ambiental em comparação com os métodos tradicionais. Além de poupar o meio ambiente com a emissão de partículas de gases tóxicos e gasto excessivo de material energético para a execução da queima (CUNHA, 2020). Este trabalho de pesquisa busca aprimorar a sustentabilidade desses tijolos por meio da inclusão de resíduos provenientes de coletas de limpeza das praias de João Pessoa-PB.
A incorporação desses polímeros na formulação dos tijolos não apenas propicia uma solução para o descarte dos resíduos plásticos, mas também melhora suas propriedades mecânicas. O estudo visa contribuir para a redução da poluição plástica nos oceanos e promover práticas sustentáveis na indústria de construção.
A metodologia envolve a caracterização físico-química dos componentes dos tijolos, incluindo argila plástica, não plástica e polímeros, por meio dos testes DRX, FRX, FTIR, MEV, DSC e TG. A produção dos tijolos ecológicos incorpora porcentagens variadas (de 0 a 10%) dos polímeros poliestireno - material proveniente da fabricação de “marmitas” ou “quentinhas” - moídos em um moinho de facas até adquirir granulometria passante na malha XX mesh, além disso, são analisados na composição também diferentes porcentagens de solo predominantemente argiloso plástico e não plástico, variando de 60% plástico e 40% não plástico, 40% plástico e 60% não plástico e 20% plástico e 80% não plástico; tais corpos de prova são avaliados por meio de ensaios tecnológicos de flexão em blocos de diferentes idades (7 dias, 14 dias e 28 dias) para determinar a eficiência de cada produto alvo da pesquisa. Os resultados obtidos fornecem insights importantes para a aplicação prática dessa abordagem sustentável na indústria da construção civil. Os resultados obtidos nessa pesquisa, mostram que a menor adição de polímero gerou melhores resultados de resistência à flexão, onde aos 14 dias o melhor desempenho registrado foi superior a 1,7 Mpa de tensão (mínimo exigido em norma para testes de compressão em corpos de prova cilíndricos), apresentando maior deformação ( e resistência a elas) aqueles com maior índice de argila plástica. Inclusive, Os blocos com maior porcentagem de argila plástica e menor porcentagem de resíduo apresentaram características superiores às demais desde o teste dos 7 dias, tendo inclusive ganho de resistência superior ao longo dos dias comparado aos outros corpos de prova.