Ref.: MpoBi12-003
Apresentador: Alessandra Soares de Oliveira
Autores (Instituição): Soares de Oliveira, A.(Universidade Federal do Rio Grande do Sul); Canton Casagranda, M.(Universidade Federal do Rio Grande do Sul); Campomanes Santana, R.M.(Universidade Federal do Rio Grande do Sul);
Resumo:
Embora a poluição plástica venha sendo cada vez mais reconhecida pela população mundial como uma ameaça ao meio ambiente, a produção polímeros petroquímicos continua aumentando. A maior parte dos plásticos produzidos mundialmente é utilizada em embalagens plásticas, das quais apenas 2% são recicladas. Além disso, essas embalagens são, em sua maioria, constituídas de polímeros sintéticos e não biodegradáveis, aumentando ainda mais o seu impacto ambiental quando descartados de maneira indevida no meio ambiente. A utilização de filmes de proteína de soja em substituição aos filmes tradicionais pode contribuir com o desenvolvimento de materiais sustentáveis, visto que a agroindústria gera grandes volumes de subprodutos, sendo estes uma importante fonte de matéria prima biodegradável, renovável e economicamente viável. No entanto, os filmes de proteína de soja ainda não apresentam propriedades competitivas às dos filmes comerciais. Uma estratégia para torná-los mais competitivos é adicionar agentes reticulantes ao biopolímero, de forma a produzir uma estrutura tridimensional mais estável. Existem indícios que os ácidos orgânicos podem promover as ligações cruzadas em biopolímeros, sendo uma alternativa segura à saúde humana, ao contrário dos reticulantes tradicionais. O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da adição de ácidos orgânicos nas propriedades térmicas de filmes de matriz polimérica de proteína de soja, visando a aplicação em embalagens alimentícias. Para isto, foram utilizadas as técnicas de análise termogravimétrica (TGA) e calorimetria exploratória diferencial (DSC). Os filmes foram produzidos através da técnica de casting, utilizando proteína de soja isolada (6,5% m/m de H2O) e glicerol (20% m/m de proteína) como agente plastificante. Um filme controle foi produzido apenas com proteína de soja isolada e glicerol. Nos outros, foram adicionados em diferentes filmes ácido cítrico, málico e tânico (5% m/massa de proteína). O pH das soluções formadoras foi ajustado em 9 utilizando uma solução de NaOH 2 mol/L. Verificou-se que a adição de todos os ácidos orgânicos resultou na redução da entalpia de fusão e no deslocamento da temperatura de gelificação para faixas maiores de temperatura. Além disso, os filmes aditivados apresentaram redução na altura do pico referente à etapa de degradação térmica da proteína de soja, o que pode ser considerado um indício de que houve um aumento na sua estabilidade térmica.