Ref.: MpoBi22-004
Apresentador: Tiago de Souza Fanezzi
Autores (Instituição): Soares de Oliveira, A.(Universidade Federal do Rio Grande do Sul); Canton Casagranda, M.(Universidade Federal do Rio Grande do Sul); Fanezzi, T.d.(Universidade Federal do Rio Grande do Sul); Campomanes Santana, R.M.(Universidade Federal do Rio Grande do Sul);
Resumo:
As embalagens são a principal estratégia para aumentar a vida de prateleira dos produtos alimentícios, pois funcionam como uma barreira aos distúrbios externos. Cerca de 75% das embalagens produzidas são poliméricas, de forma que biopolímeros que sejam consumidos com o produto ou decompostos em um curto período de tempo podem ser uma alternativa para mitigar a poluição plástica. A proteína de soja, um subproduto da indústria do óleo de soja, é uma biomassa abundante e barata. Ela tem sido explorada como matéria prima para a produção de filmes bioplásticos devido à sua excelente capacidade de formação de filmes e rápida biodegradação. No entanto, os filmes de proteína de soja apresentam baixa resistência mecânica e alta sensibilidade à umidade. Dessa forma, para que o filme de proteína de soja seja próprio para uso em embalagens alimentícias, é necessário aumentar a sua resistência à umidade, visto que esta acelera a deterioração dos alimentos. A utilização de agentes que promovem a formação de ligações cruzadas com a matriz polimérica pode ser uma forma de melhorar suas propriedades mecânicas e de barreira, por exemplo, utilizando ácidos orgânicos. Esses compostos são alternativas viáveis economicamente e seguras para a saúde humana. Visando a aplicação em embalagens alimentícias, foram produzidos neste trabalho, através da técnica de casting, filmes de matriz de proteína de soja isolada (6,5% m/m de H2O), com a adição de ácido cítrico, málico e tânico em diferentes filmes, em teores de 5% m/massa de proteína, e utilizando glicerol (20% m/m de proteína) como agente plastificante. Um filme controle foi produzido apenas com proteína de soja isolada e glicerol. O pH das soluções formadoras foi ajustado em 9 utilizando uma solução de NaOH 2 mol/L. O objetivo deste trabalho é avaliar o efeito da adição de cada ácido na interação dos filmes de proteína de soja com a água. Para isso, foram realizados testes de solubilidade, absorção de água e absorção de umidade em ambientes com diferentes saturações, utilizando como meios aquosos cloreto de magnésio (33% de saturação), cloreto de sódio (75% de saturação) e sulfato de potássio (98% de saturação). Observou-se que os três ácidos conferiram redução significativa nas quantidades de água e umidade absorvidas. Destes, a maior redução ocorreu nos filmes com ácido tânico. Quanto à solubilidade, os filmes com ácido cítrico e ácido málico apresentaram apenas uma pequena redução desta em comparação ao filme controle, enquanto o filme com ácido tânico obteve uma redução significativa.