Ref.: MmeMeim09-002
Apresentador: Filipe Fragoso de Abreu
Autores (Instituição): de Abreu, F.F.(Instituto Federal da Paraíba); dos Santos, A.A.(Instituto Federal da Paraíba); Silva, E.M.(Instituto Federal da Paraíba); Duarte, E.J.(Instituto Federal da Paraíba); Silva, J.B.(Instituto Federal da Paraíba); Sousa, W.L.(Instituto Federal da Paraíba);
Resumo:
Os aços inoxidáveis ??duplex (AIDs), formados por microestrutura aproximadamente iguais de ferrita e austenita, possuem grandes aplicações em indústrias petroquímica, alimentícia, de celulose e papel, nos setores de petróleo e gás, em usinas de energia, entre outras devido sua interessante combinação de elevadas propriedades mecânicas e excelente resistência à corrosão. No entanto, quando submetidos a processos de aquecimento em temperaturas acima dos 250 °C, passam por processos microestruturais que geram diferentes fases e acarretam a perda de algumas características. Entre essas fases a Sigma, formada em temperaturas acima dos 600 °C, torna o material frágil e compromete sua resistência à corrosão mesmo em pequenas quantidades. Tendo em vista esse comportamento, o presente estudo investiga a detecção da fase Sigma no AID com o uso da técnica não destrutiva do Ruído Magnético de Barkhausen (RMB). Este fenômeno, observado e estudado inicialmente pelo professor alemão Heinrich Barkhausen, a partir de 1919, consiste na variação abrupta da direção dos domínios magnéticos quando há interação com a microestrutura de um material ferromagnético sob excitação de um campo magnético externo. Essa variação pode ser coletada por uma bobina ou sensor e apresenta características ruidosas. Por falta de padronização para a técnica, utilizou-se de uma bancada composta por um gerador de ondas, uma bobina emissora, um sensor de efeito Hall, um dispositivo para aquisição dos dados e um computador. Foram analisadas amostras com 2mm de espessura do AID SAF 2205 na condição inicial (sem constituinte Sigma) e envelhecida a 850°C por 15 minutos (com a presença de 4% de constituinte Sigma) com a variação da frequência da onda emissora entre 0,1 e 25 Hz e amplitude de 1V. Os resultados obtidos mostram que mesmo para sinais senoidais com frequências abaixo de 1Hz foi possível verificar a presença da fase Sigma que pela literatura é verificado apenas em frequências acima de 1Hz. A detecção ocorre devido a fase Sigma ser paramagnética o que diminui a permeabilidade magnética. Nessas condições há maior dificuldade da movimentação das paredes de domínio dentro do material e consequentemente menor quantidade de ruído de Barkhausen.