Ref.: MpoErec25-002
Apresentador: Rafaela Reis Ferreira
Autores (Instituição): Ferreira, R.R.(Universidade Federal do ABC); Rosa, D.d.(Universidade Federal do ABC);
Resumo:
A poluição da água tornou-se uma preocupação séria nas últimas décadas devido ao aumento populacional e às altas taxas de geração de águas residuais contendo diferentes poluentes. Entre os principais poluentes das águas residuais, destacam-se os elementos potencialmente tóxicos (EPT), como Cr(VI), Cd(II), Pb(II), Cu(II), Hg(II), Ni(II), Mn(II) e Zn(II), e que tem levado a numerosos problemas de saúde, despertando assim cada vez mais atenção da sociedade e autoridades, devido à sua persistência no meio ambiente. A adsorção tem se mostrado uma abordagem eficaz para remover em pequenas concentrações de íons metálicos, e sistemas porosos tridimensionais, como os hidrogéis de celulose, apresentam potencial para a remoção desses contaminantes. A celulose emerge como um material de destaque devido às suas propriedades físicas, químicas e mecânicas excepcionais. Materiais à base de celulose, como os hidrogéis, estão sendo amplamente estudados para a adsorção de ETP. O objetivo deste estudo foi desenvolver hidrogéis de celulose (HC) incorporando nanoargila brasileira, especificamente a chocobofe (Cb), para a remoção de íons metálicos tóxicos sendo esses o Cu(II)). Os hidrogéis foram produzidos utilizando um agente reticulante, e foram testadas diferentes concentrações de Cb (5%, 10% e 15%, em massa). Análises da composição química, morfologia e capacidade de adsorção de poluentes metálicos foram realizadas tanto para os sistemas de nanoargilas quanto para os hidrogéis. A análise do espectro infravermelho revelou que o hidrogel de celulose (HC) possui grupos hidroxila (OH), ligações CH, grupos carbonila (C=O) e a ligação glicosídica COC da glicose. A incorporação com argila chocobofe (HC-Cb), indicou uma interação bem-sucedida entre a argila e a celulose. A microscopia eletrônica de varredura (MEV) mostrou uma estrutura porosa tridimensional com poros interligados nos hidrogéis, enquanto a incorporação de HC-Cb ficou dispersa na estrutura do hidrogel. Os nanocompósitos exibiram menor capacidade de absorção de água devido à natureza hidrofóbica da argila, mas o efeito de entrelaçamento físico das camadas de argila aumentou a porosidade. Dessa forma, a adição de argila chocobofe ao hidrogel de celulose alterou suas propriedades, afetando a absorção de água e possivelmente melhorando a sorção de íons metálicos, uma vez que as argila livre possui uma capacidade de remover Cu(II) de 57,6%. Espera-se que este estudo contribua para o avanço do tratamento de efluentes, oferecendo uma solução eficiente e sustentável para a remoção de contaminantes metálicos, com benefícios para a saúde pública e o meio ambiente.