Ref.: EmaErec11-001
Apresentador: Jamilly Andressa Santos Barros
Autores (Instituição): Barros, J.A.(Universidade Federal do Rio de Janeiro); Carvalho, L.L.(Universidade Federal do Rio de Janeiro); Kelber, N.S.(Universidade Federal do Rio de Janeiro); Lopes, G.K.(Universidade Federal do Rio de Janeiro); Calado, V.M.(Universidade Federal do Rio de Janeiro); Pinto, J.C.(Universidade Federal do Rio de Janeiro);
Resumo:
Diante de uma demanda cada vez maior por energia, devido ao acelerado crescimento populacional, o uso de fontes energéticas renováveis, como a biomassa, vem ganhando destaque na produção de combustíveis de segunda geração. A biomassa lignocelulósica é considerada um compósito de fibra celulósica, constituída por substâncias macromoleculares que se mantêm unidas por uma matriz constituída de polissacarídeos (celulose e hemicelulose) e lignina, seus componentes majoritários, e por substâncias de baixa massa molar, como os extrativos orgânicos e os minerais inorgânicos. A lignina, depois da celulose, é a macromolécula mais abundante, exercendo um papel de adesivo das fibras de celulose e existe em todas as plantas. Esse componente pode ser solubilizado em um solvente orgânico sob uma dada condição e em seguida recuperado a partir da fração líquida. Entre as diversas biomassas disponíveis no Brasil, anualmente milhões de toneladas de insumos, considerados como descartes, são eliminados em aterros sanitários e/ou lixões a céu aberto. Tem-se como exemplo o coco verde (Cocos nucifera L.), que passa por um processo de expansão, produção e consumo de área colhida. Com isso, o objetivo deste trabalho foi buscar novas formas de aproveitamento desses insumos, em especial, através da reciclagem química via pirólise (processo termoquímico que ocorre em atmosfera inerte visando à decomposição dos materiais em produtos com valores agregados). Neste estudo, a lignina da fibra de coco foi moída em moinho de bancada IKA e colocada em estufa a 60 °C por 24 horas. O material seco foi conduzido aos ensaios pirolíticos, no qual 6g da amostra foram inseridas no reator de leito fixo utilizando a taxa de nitrogênio igual a 80 mLmin-1, temperatura de 500 °C durante 30 minutos, obtendo-se três frações: sólida (biocarvão), condensável (bio-óleo) e gasosa. Foram realizados cálculos de balanço de massa, de modo a determinar o acúmulo de material gerado, obtendo 37%, 49% e 12%, respectivamente, contribuindo com a elaboração de bancos de dados que possibilitem viabilização deste processo como técnica de caracterização da biomassa. A fração sólida foi analisada por fluorescência de raios X (FRX) identificando a presença de elementos inorgânicos, como ferro, fósforo e potássio, componentes relevantes para aplicação em superfícies, em relação às análises cromatográficas, a fração orgânica do bio-óleo foi caracterizada pela cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (GC/MS) apresentando majoritariamente a classe dos fenóis, aldeídos e cetonas. Por outro lado, a fração gasosa foi analisada pelo cromatógrafo com detector de ionização de chama (GC/FID com duplo TCD) resultando na presença dos hidrocarbonetos leves (C1 – C6), CO e CO2. Diante disso, com avanços contínuos na pesquisa e na aplicação prática, é possível ressaltar que a pirólise tem potencial de desempenhar um papel significativo na transição para uma economia mais circular.