Ref.: MceMcc08-004
Apresentador: Julio Cezar Barboza Silva
Autores (Instituição): Silva, J.C.(Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro); JUNIOR, W.F.(Universidade Estadual do Norte Fluminense);
Resumo:
O processo de queima é uma das etapas principais da produção da cerâmica vermelha. Essa etapa é responsável pela consolidação do formato da peça que foi definida na fase de conformação. As reações das diferentes matérias-primas sob a ação do calor, em muitos casos, definem os tipos de produtos a serem fabricados e suas características técnicas, isto é, temperatura de queima e duração do ciclo de queima, portanto, é importante conhecer a sensibilidade de uma massa cerâmica a variações no ciclo de queima. Grande maioria das indústrias de cerâmica vermelha no Brasil não utilizam um controle de queima na fabricação de seus produtos, acarretando produtos mal consolidados e de baixa qualidade. Tijolos cerâmicos quando mal consolidados na fase de queima ou mesmo sem um controle de temperatura adequado, podem ocasionar patologias no próprio material e no revestimento ligado a ele, como é o caso da argamassa de revestimento. O objetivo deste trabalho é analisar a influência da temperatura de queima dos tijolos cerâmicos, conhecidos como substratos, calcinados em diferentes temperaturas na propriedade de aderência da argamassa à base de cimento e cal. Para isso, foram utilizados blocos cerâmicos, coletados ainda crus, lisos e sem ranhuras, conformados em uma cerâmica localizada em Campos dos Goytacazes-RJ, para posterior calcinação no laboratório, em forno calibrado. Foram realizados os seguintes ensaios: Foi realizada a caracterização da massa argilosa através do ensaio de granulometria, limites de Atterberg, análise química, análise mineralógica e análise térmica diferencial. Os blocos foram submetidos a etapa de queima, sendo realizada em laboratório sob condições controladas, com as temperaturas de queima sendo definidas em função da ATD, que sugeriu temperaturas de 750°C, 850°C e 950°C. As peças queimadas foram avaliadas por meio dos ensaios de absorção de água, retração linear, absorção de água inicial (sucção) e aderência à tração. Os resultados indicaram que a temperatura de queima a qual um substrato cerâmico está submetido é uma variável que influencia diretamente nas suas propriedades tecnológicas e também em suas aplicações. O substrato cerâmico, constituído por uma argila predominantemente caulinítica, em contato com a argamassa de múltiplo-uso apresentou maior aderência à tração, após 28 dias, com a temperatura de 950°C comparado as temperaturas de 850°C e 750°C, que é justificada pela diminuição do diâmetro dos poros que propiciaram uma maior força de sucção inicial e com isso um maior contato da interface substrato/argamassa.