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Ref.: MCoBi22-001

DESENVOLVIMENTO DE FILMES DE CELULOSE E ÁCIDO POLILÁTICO, REFORÇADOS COM CASCA DE ABACATE: INOVAÇÕES NA FABRICAÇÃO E POTENCIAIS APLICAÇÕES EM EMBALAGENS SUSTENTÁVEIS

Apresentador: Nathalia Vieira Villar

Autores (Instituição): Villar, N.V.(Universidade Federal de Pelotas);

Resumo:
A indústria de embalagens desempenha um papel crucial na disseminação dos plásticos descartáveis, responsável por quase 40% do total descartado. Suas propriedades, como robustez, maleabilidade e baixo custo, contribuem para agravar a acumulação de resíduos plásticos na natureza, gerando danos ambientais significativos (AHMED & JANASWAMY, 2023; DAGHIGHI et al., 2023). Diante das preocupações ambientais e da crise energética, surgem alternativas sustentáveis, como filmes de biopolímeros naturais e renováveis. Contudo, a maioria dos plásticos convencionais não é biodegradável, resultando em impactos ambientais substanciais (REN et al., 2023; KUMAR et al., 2023). Fibras vegetais derivadas de plantas surgem como solução promissora, por serem biodegradáveis e sustentáveis (KARIMAH et al., 2021). A celulose, um biopolímero natural, destaca-se pela sua abundante produção anual e pela sua estrutura fundamental nas paredes celulares vegetais, conferindo resistência (AHMED & JANASWAMY, 2023; LIU et al., 2021). O ácido polilático (PLA), adicionado às fibras de celulose, oferece excelentes propriedades para a formação de filmes, além de ser biodegradável (REN et al., 2023). A utilização de fibras de abacate na produção de filmes desperta interesse devido à sua capacidade antioxidante e sustentável, proveniente dos polifenóis presentes na casca do fruto (AHMED & JANASWAMY, 2023; ACQUAVIA et al., 2023; BARBOSA-MARTÍN et al., 2021). Sendo assim, há uma expectativa de produzir filmes de celulose microfibrilada e PLA, com a adição das partículas e extratos resultantes da casca de abacate. Que apresentem propriedades antioxidantes e resistência, com características mecânicas semelhantes aos plásticos descartáveis, contribuindo para um cenário mais sustentável e menos prejudicial ao meio ambiente. Para a preparação das amostras, foram obtidas cascas de abacate de um comércio local em Pelotas-RS. Inicialmente cortadas e submetidas à estufa a 50ºC até atingir massa constante. Em seguida, foram trituradas utilizando um moinho de facas Marconi MA340 e peneiradas em duas malhas diferentes, 40 e 60 mesh. Posteriormente, um processo de extração hidroetanólica foi realizado (MELGAR ET AL., 2018). Para a preparação da solução, foram misturados etanol e água na proporção de 80:20 (v/v) em um béquer, ao qual foram adicionados 25g de casca de abacate em pó in natura, mantida sob agitação magnética a temperatura ambiente por 1 hora e, em seguida, filtrada utilizando uma bomba a vácuo e um filtro Whatman com porosidade de 0,22?m e diâmetro de 47mm. A fração sólida e o extrato resultantes da filtração foram secos em estufa até que seus pesos se estabilizassem. O extrato resultou na obtenção de uma cera. Subsequente serão produzidos os filmes com gramatura alvo de 15g/m² e um diâmetro de 6 mm.