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Ref.: MceErec06-003

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA INDÚSTRIA CERAMISTA: EXPLORANDO A INCORPORAÇÃO DE CORANTES CERÂMICOS EM ESMALTES DE CINZAS VEGETAIS

Apresentador: Maria Vitória Beatriz da Silva

Autores (Instituição): Silva, M.B.(IFRN); Ribeiro Neto, D.V.(Instituto Federal do Rio Grande do Norte); MEYER, M.F.(IFRN); Machado, T.G.(Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia); Monteiro, F.M.(Instituto Federal do Rio Grande do Norte);

Resumo:
O Brasil dispõe de uma posição de destaque na indústria ceramista, especialmente na região Nordeste. A utilização de cinzas vegetais, subproduto da queima de lenha, na formulação de esmaltes transparentes e a incorporação de corantes cerâmicos nestes têm sido exploradas como alternativas promissoras, principalmente no segmento de revestimentos. Este estudo teve como objetivo principal analisar a viabilidade técnica da incorporação de corantes cerâmicos em esmaltes de cinzas vegetais para aplicação em revestimentos cerâmicos. O procedimento experimental consistiu na formulação de um esmalte padrão de referência utilizando-se de feldspato sódico, argila caulinítica, espodumênio e CMC (Carboximetilcelulose) e outros dois esmaltes, acrescidos de 20 e 25% de cinzas, com adição de 4% de corante. As cinzas utilizadas foram caracterizadas via fluorescência e difração de raios X. Foram confeccionados 40 corpos de prova, com massa cerâmica caulinítica, sendo compactados numa prensa hidráulica sob pressão de 21Mpa. Em seguida foram secos numa estufa a 100oC, durante 24 horas, e posteriormente queimados num forno tipo Mufla, a 1100°C, com uma taxa de aquecimento de 10°C/min durante 1 hora. Após a etapa de queima os corpos de prova foram submetidos as análises de absorção de água (AA%), porosidade aparente (PA%), retração linear (RL), perda ao fogo (PF) e massa específica aparente (MEA). Os corpos de prova após a primeira etapa de queima foram subdivididos em três grupos, sendo realizada a esmaltação por imersão com os três esmaltes previamente produzidos. Em seguida foram queimados a 1100°C, metade dos corpos de prova, e a outra metade a 1200°C, com taxa de aquecimento de 10°/min, durante 1 hora; sendo posteriormente realizado a caracterização tecnológica. As peças obtidas na primeira queima (peças biscoitadas) apresentaram baixa absorção de água e porosidade aparente, ficando em torno de 10 e 15%, respectivamente. Nas peças esmaltadas a absorção de água reduziu para 1,90% a 1100oC e 0,7% a 1200oC; enquanto a porosidade ficou em torno de 2,0% a 1100oC e 1,3% a 1200oC; sendo justificado devido a cobertura vítrea formada. As cinzas vegetais por apresentarem como principal constituinte o quartzo atuaram como fundente na composição dos esmaltes. Neste caso, a formulação com 25% de cinzas apresentou os melhores resultados, pois contribuiu na melhor fusão e espalhamento do esmalte na superfície das peças biscoitadas. Ficou evidenciado que há possibilidades de produção de esmaltes ecologicamente sustentáveis utilizando cinzas vegetais, promovendo desse modo a mitigação dos impactos ambientais no setor ceramista.