Ref.: MceMcc08-009
Apresentador: Marcos Murilo Soares Souza
Autores (Instituição): Souza, M.M.(Universidade Federal do Pará); Santana, D.d.(Universidade Federal do Pará); Silva, A.L.(UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ); Souza, J.d.(UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ);
Resumo:
A busca por soluções sustentáveis na indústria de materiais de construção tem impulsionado a investigação de novas formas de aproveitamento de resíduos industriais. Nesse contexto, os geopolímeros emergem como uma alternativa promissora, oferecendo não apenas uma abordagem ecologicamente responsável, mas também a oportunidade de desenvolver materiais de alto desempenho.
O caulim flint, é comumente utilizado na fabricação de cerâmicas, papéis, tintas e produtos de revestimento. No entanto, durante o processo de extração e refino, grandes quantidades de baixa qualidade e impuro são descartadas como resíduos. Por outro lado, a lama vermelha é um resíduo resultante do processo de beneficiamento de bauxita. Caracterizada por sua cor vermelha devido à presença de óxidos de ferro, a lama vermelha é uma fonte de preocupação ambiental.
Este artigo visa avaliar a integração de rejeitos industriais nas confecções de geopolímeros, medindo o teor de óxidos de silício e alumínio dos rejeitos para avaliar os elementos disponíveis na reação de geopolimerização, a resistência mecânica dos geopolímeros e as propriedades físicas a fim de medir a eficácia da reação.
Na análise quimica a difração de raio-x foi realizada no caulim Flint em natura e sinterizado a 800 °C onde se observou que um tempo de sinterização de 2 horas foi satisfatória, pois gerou uma fase quase totalmente amorfa (94,4%), na análise da lama vermelha foi observado uma presença significativa de hematita o que contribui para as propriedades óticas e sodalita e gibbsita que contribui para a estabilidade dimensional do geopolímero.
A fluorescência de raio-x foi fundamental para avaliar os valores representativos de silício e alumínio disponíveis para a síntese geopolimérica. A lama vermelha obteve 21,904% de óxido de silício e 32,22% de óxido de alumínio. O caulim flint é a fonte principal de sílica e alumina, porém foi observada uma presença elevada de óxido de ferro e titânio (1,48% e 1,29% respectivamente) e por esse motivo não tem aplicação na indústria de papel e é considerado resíduo de extração.
Os ensaios de compressão mostram que para uma razão de Davidovit igual a 1,01 o geopolímero apresenta resistência a compressão de 25,21 Mpa, 31,8 Mpa e 42,7 Mpa em 1 dia, 7 dias e 28 dias de cura resultados que tambem são superiores à de concreto convencionais. Os ensaios físicos de absorção de água porosidade e densidade indicam o grau de efetividade da reação assim o geopolímero apresentou porosidade de 25,04% absorção de água de 14,35% e densidade de 1,75 g/cm3.
a integração e avaliação de rejeitos industriais, como o caulim flint e a lama vermelha, na síntese de geopolímeros representam uma abordagem promissora para o desenvolvimento de materiais de construção sustentáveis e de alto desempenho. Este estudo demonstrou que esses rejeitos, muitas vezes vistos como fontes de preocupação ambiental, podem ser transformados em recursos valiosos por meio de processos de valorização e aproveitamento.