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Ref.: MpoBi02-015

Estudo de membranas eletrofiadas de P(3HB-co-3HHX) com ceftriaxona com potencial uso como curativos

Apresentador: Maria Eduarda Araújo Ribeiro

Autores (Instituição): Ferri, A.S.(Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro); Pereira, M.R.(Universidade de São Paulo); Ribeiro, M.A.(Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro); Gomez, J.G.(Universidade de São Paulo); Rodriguez, R.J.(Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro);

Resumo:
O tratamento eficaz de feridas representa um desafio para profissionais de saúde, uma vez que os métodos convencionais, como gaze, muitas vezes são inadequados, pois apenas atuam de forma passiva isolando a ferida de contaminantes. Em contrapartida, membranas eletrofiadas tem desempenhado um papel crucial, fornecendo estabilidade estrutural e ambiente propício para a regeneração celular. Polihidroxialcanoatos (PHAs) como P(3HB-co-3HHx) são vantajosos para essa aplicação devido a sua biocompatibilidade, biodegradabilidade e capacidade de se moldar e aderir à superfícies. Diante disso, este trabalho visa a trazer novas perspectivas de biomateriais para a área de cicatrização de danos na pele, como feridas ou queimaduras, a partir da eletrofiação de membranas baseadas em P(3HB-co-3HHx) carregadas com o medicamento ceftriaxona (CFX). A solução polimérica foi preparada dissolvendo 8% (m/v) do copolímero em clorofórmio e dimetilformamida (DMF) na proporção de 80:20 (v/v). Os parâmetros de processo aplicados na eletrofiação foram 15 kV de tensão, 1ml/h de fluxo e 20 cm de distância entre a agulha e o coletor. Após a eletrofiação as membranas foram caracterizadas por microscopia eletrônica de varredura, análise de ângulo de contato, liberação de fármaco e taxa de transmissão de vapor de água. O diâmetro médio das fibras foi de 1,38 ± 0,48µm para a membrana pura e 1,45 ± 0,57µm para a membrana com CFX, se assemelhando a estrutura da matriz extracelular da pele. A adição de CFX à membrana resultou em aumento da hidrofilicidade superficial, uma vez que o ângulo de contato com a água reduziu em torno de 17º em comparação com a membrana sem o fármaco. Isso pode potencializar o processo de adesão e proliferação celular, uma vez que os componentes do sistema vivo interagem melhor com ambientes hidrofílicos. Quanto ao perfil de liberação, a membrana eletrofiada liberou cerca de 74% de CFX em 10 horas. A taxa de transmissão de vapor de água (WVTR) da membrana com fármaco foi 700 g/m².dia, que se enquadra na faixa esperada para um curativo comercial ideal, uma vez que um bom curativo deve ser capaz de preservar a hidratação dos tecidos. Portanto, a membrana de P(3HB-co-3HHx) com CFX apresentou um grande potencial para a cicatrização de feridas e queimaduras, sendo a próxima etapa a realização de análises in vivo.