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Ref.: MceCa07-004

INCORPORAÇÃO DE COPRODUTO SIDERÚRGICO NA PRODUÇÃO DE CERÂMICA VERMELHA

Apresentador: Geovana Carla Girondi Delaqua

Autores (Instituição): Pantaleão Ferreira, E.(Instituto Federal do Espírito Santo); Bridi, M.I.(Centro Universitário do Espírito Santo); da Silva, E.V.(Instituto Federal do Espírito Santo); da Silva, M.B.(Instituto Federal do Espírito Santo); Schulz, J.S.(Instituto Federal do Espírito Santo); Delaqua, G.C.(Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro);

Resumo:
É inerente ao processo industrial a geração de resíduos, o qual deve ter uma destinação final ambientalmente correta, seja para uso em alguma etapa do mesmo processo ou servindo de matéria-prima para outras industriais, no âmbito da economia circular. O processo de fabricação do ferro primário gera diversos coprodutos entre eles a lama de alto forno. Dada sua grande geração é comum o depósito nas industrias ocorrerem em pátios a céu aberto, podendo muitas vezes serem carreados pelas águas e contaminarem e comprometendo o solo e os recursos hídricos superficiais e subterrâneos. A adequada gestão dos resíduos é uma exigência da legislação ambiental e um grande diferencial de marketing que as empresas se dedicam realizar. Contudo, grande é a necessidade de pesquisas visando o uso de resíduos em diversas áreas do conhecimento, algumas formas de utilização deste resíduo compreende o uso em metalúrgicas, visando, principalmente, o uso como fonte energética, assim como também como insumo na agricultura. É possível também o uso na indústria cerâmica, almejando a economia de combustível durante a queima das peças, haja vista, o resíduo apresentar alto poder calorífico. Contudo, muitas indústrias de cerâmica vermelha do estado do Espírito Santo – Brasil, fazem o uso deste resíduo de forma empírica, em quantidades que não segue qualquer embasamento científico, de modo que, cada indústria cerâmica tem sua “formula” própria. Diante do exposto, a presente pesquisa visou a incorporação da lama de alto forno na massa de cerâmica vermelha, em concentrações variando de 1,5% a 10%. As matérias-primas foram secas e peneiradas para que fossem feitas as formulações com diferentes percentuais. Foram produzidos corpos de prova conformados por extrusão em extrusora laboratorial da marca Verdés, modelo BR 051, concebidos com 120 mm de comprimento e secção transversal retangular de 30x15 mm, e queimados nas temperaturas de 750°C; 850ºC e 950°C. Posteriormente, foram avaliadas as propriedades de: absorção de água (%), retração linear de queima (%), e tensão de ruptura à flexão (MPa). O comportamento térmico da matéria-prima foi avaliado por análise termogravimétrica (TG/DTG). Os resultados obtidos observaram que por se tratar de um resíduo com grande quantidade de matéria orgânica, quantidades superiores a 3,5% prejudica as propriedades das cerâmicas, devendo apenas ser utilizada em quantidades pequenas na ordem de 2% o que já apresenta otimização de importantes parâmetros tecnológicos, quando queimando em temperatura de 900°C. É possível inferir que a incorporação deste coproduto siderúrgico na massa cerâmica é uma alternativa muito vantajosa, tanto do ponto ambiental, para a destinação destes resíduos, quanto para a indústria cerâmica onde além de melhoria da qualidade das peças, há possibilidade também de poupar energia no processo da queima.