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Ref.: MpoCa08-007

DESENVOLVIMENTO DE COATINGS NANOESTRUTURADOS GELATINA/NANOFIBRILAS DE CELULOSE PARA EMBALAGENS BIODEGRADÁVEIS DE PAPEL

Apresentador: Cássio Sammarco e Ronquim

Autores (Instituição): Ronquim, C.S.(Universidade Federal e de São Carlos); Silva, A.d.(Universidade Federal e de São Carlos); Leite, L.S.(Laboratório Nacional de Nanotecnologia Para a Agricultura); Mattoso, L.C.(Embrapa Instrumentação); Moreira, F.V.(Universidade Federal de São Carlos);

Resumo:
A preocupação com o impacto ambiental pós-consumo das embalagens flexíveis multicamada tem impulsionado pesquisas em novos materiais tecnológicos baseados em papel. Todavia, papéis apresentam baixas propriedades de barreira, de forma que são usualmente laminados com polietileno (PE) visando a produção de embalagens com boas propriedades mecânicas e baixa permeabilidade ao vapor de água [1]. Todavia, o PE é um polímero de fonte não renovável e não biodegradável, logo comprometendo a biodegradabilidade das embalagens de papel. Uma alternativa ao PE seria o desenvolvimento de coatings biodegradáveis a partir de polímeros naturais, como a gelatina, uma proteína abundante e proveniente de resíduos agroindustriais [2]. Com o uso de agentes de reforço nanoestruturados, a exemplo das nanofibrilas de celulose (CNF), as propriedades físicas de coatings de gelatina podem ser estendidas para atender diversos requisitos do papel como embalagem [3]. Neste sentido, este estudo buscou avaliar as propriedades mecânicas de embalagens de papel Kraft após aplicação de coatings do tipo gelatina/CNF. Os coatings gelatina/CNF foram produzidos a partir da dispersão (0 – 5 ppc) de CNF comercial com diâmetro de 45 ± 12 nm em soluções aquosas de gelatina bovina e posteriormente aplicados em folha de papel Kraft por casting contínuo de solução (CSC) a 15 cm/min [3]. As propriedades mecânicas foram determinadas por testes de tração de acordo com a norma ASTM D882 [4]. Os coatings foram aplicados com sucesso no papel através de um processo contínuo e escalonável, sendo também observado, macroscopicamente, uma absorção da solução gelatina/CNF pela folha de papel. O papel Kraft controle apresentou módulo elástico (E) e resistência à tração (? T ) de 1558 ± 281 MPa e 11,1 ± 3,6 MPa, os quais foram alterados para 1481 ± 88 MPa e 16,9 ± 1,6 MPa, respectivamente, após o revestimento com gelatina (sem CNF). Com a adição de CNF até 5 ppc, os laminados papel/gelatina/CNF alcançaram E =1783 ± 224 MPa e ? T = 19,2 ± 2,3 MPa. Tais resultados sugerem o efeito de reforço das CNF quando incorporados em coatings de gelatina, resultando em papéis laminados totalmente biodegradáveis e de maior resistência mecânica para uso como embalagem e outras aplicações. Agradecimentos: CNPq (Processo nº 103946/2024-1), FAPESP (Processo nº 2022/13428-8), Embrapa Instrumentação e DEMa/UFSCar. Referências: [1] Soares, C. T. M.; Ek, M.; Östmark, E.; Gällstedt, M.; Karlsson, S. Resources, Conservation and Recycling, 2022, 176, 105905 [2] F. Liu; B. Chiou; R. J. Avenna-Bustillos; Y. Zhang; Y. Li; T. H. McHugh; F. Zhong Food Hydocolloids. 2017, 65, 1-9. [3] Leite, L. S. F.; Ferreira, C. M.; Corrêa, A. C.; Moreira, F. K. V.; Mattoso, L. H. C. Carbohydrate Polymers 2020, 238, 116198. [4] ASTM D882-18 Standard Test Method for Tensile Properties of Thin Plastic Sheeting, ASTM International, 2018.