Ref.: MceCa09-003
Apresentador: Marison Franco Rocha De Lima
Autores (Instituição): Silva, K.R.(Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará); Lima, M.F.(Instituto Federal do Pará); Choque Fernandez, O.J.(Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará); Castro, L.S.(Instituto federal do Pará); Santos, R.S.(Instituto Federal do Pará); Picanço, M.S.(Universidade Federal do Pará);
Resumo:
A incineração de madeira nas caldeiras das empresas de celulose gera um subproduto conhecido como cinza de biomassa, também denominada cinza volante. Esses subprodutos são transportados pelo fluxo dos gases e coletados por ciclones mecânicos ou precipitadores eletrostáticos. Após a coleta, esses materiais são direcionados para aterros, levantando preocupações quanto ao seu destino e potenciais impactos ambientais. Nessa perspectiva, o presente trabalho busca caracterizar a cinza volante para avaliar sua potencial aplicabilidade na indústria de construção civil, a partir de sua granulometria por meio de ensaio de peneiramento, composição química via ensaio de fluorescência de raio (FRX) e fases cristalinas por ensaio de difração de raios-X (DRX). As amostras analisadas provêm de uma empresa de papel e celulose localizada no nordeste do Brasil, mais precisamente do estado do Maranhão. Essas amostras foram primeiramente desagregadas manualmente com auxílio de um almofariz, trituradas em moinho de bolas, peneiradas e meticulosamente preparadas para análises subsequentes. A predominância de grãos na fração -0,075mm atinge 36%, enquanto 64% possuem tamanho superior a 0,075mm, requerendo fragmentação para atender às normas. Quimicamente, revela teores de SiO2 (32,66%), Al2O3 (14,99%) e Fe2O3 (6,38%), totalizando 54,03%, classificando-a como material pozolânico. Apresenta, ainda, CaO (15,52%). As fases cristalinas principais identificadas pelo DRX são quartzo (SiO2), calcita (CaCO3) e bassanita (2CaSO4.H2O), possivelmente com uma fase amorfa, corroborando os resultados da FRX. O emprego de cinzas volantes como pozolanas, com as características aqui analisadas, tem o potencial de economizar energia, substituindo parte do clínquer de cimento, um insumo mais nobre e dispendioso, por um resíduo industrial pulverizado de custo inferior, sem prejudicar a qualidade do cimento. Ao reduzir a dependência de insumos mais dispendiosos, como o clínquer, essa abordagem não apenas beneficia as operações econômicas das empresas, mas também se alinha a uma perspectiva mais ambientalmente consciente.