Ref.: MceSi30-004
Apresentador: KIVIA FABIANA G ARAÚJO
Autores (Instituição): ARAÚJO, K.F.(UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE); Souza, V.M.(Universidade Federal do Rio Grande do Norte); de Sousa Duarte, V.G.(Universidade Federal do Rio Grande do Norte); Lima, M.S.(Universidade Federal do Rio Grande do Norte); De Morais, L.M.(Universidade Federal do Rio Grande do Norte); Marques, A.C.(Universidade Federal do Rio Grande do Norte); Vasconcelos, G.d.(Universidade Federal do Rio Grande do Norte); Da Paz, F.d.(Universidade Federal de Campina Grande); Morales, M.A.(UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE); Gomes, U.U.(Universidade Federal do Rio Grande do Norte);
Resumo:
A riqueza do Brasil em recursos naturais já é conhecida há décadas, possui imensas reservas minerais, entretanto há uma considerável limitação na sua exploração. No caso do tungstênio (W), por exemplo, uma das maiores reservas desse minério, o mineral scheelita, está localizada no nordeste do país, mais precisamente no estado do Rio Grande do Norte (RN). Contudo a comercialização prioriza o minério bruto ao invés dos seus derivados, ou seja, reduz-se o valor econômico uma vez que nenhum produto final é desenvolvido. Diante disso, uma implementação inteligente de processos físicos e químicos adequados podem beneficiar a valorização econômica e tecnológica do minério. Esse mineral scheelita (CaWO4) presente em grande escala no RN é uma das principais matérias-primas do W que apresenta viabilidade econômica para exploração. A partir deste obtém-se o paratungstato de amônio (APT) o qual é utilizado com precursor nos processos de síntese de subprodutos do W, como é o caso dos tungstatos. Dentre estes, os tungstatos de prata (Ag2WO4) vêm se destacando por aplicações importantes, um exemplo são os catalisadores empregados na purificação de efluentes a partir da fotocatálise heterogênea. Isso porque o Ag2WO4 é um semicondutor inorgânico composto por metais de transição, e apresenta como características a combinação da estabilidade química e termodinâmica, propriedades ópticas e eletrônicas, controle de morfologia e tamanho dos cristais obtidos mediante métodos convencionais. Além de fatores como baixo custo de processamento e facilidade em obtenção. O Ag2WO4 pode ser encontrado em três fases distintas, a ortorrômbica ('alfa'-Ag2WO4), hexagonal ('beta'-Ag2WO4) e cúbica ('gama'-Ag2WO4), sendo ortorrômbica a única fase estável e as demais metaestáveis. Por esse motivo, o método de síntese aplicado é bastante importante para a obtenção da estrutura que favoreça a propriedade de interesse. Neste trabalho o método de síntese realizado foi o sol-gel por ser um processo de baixo custo e metodologia simples que permite a obtenção de pós nanoestruturados com alta pureza. Dessa forma, a metodologia do presente estudo consiste na produção do APT, iniciado com o tratamento do minério pelo processamento hidrometalúrgico do tungstênio por via ácida utilizando o ácido clorídrico (HCl), transformando a scheelita em ácido túngstico, para ser dissolvido em hidróxido de amônio e cristalizado em paratungstato de amônio (APT) por evaporação. Em seguida, este APT, após caracterizado, é aplicado como pó precursor juntamente com o nitrato de prata na síntese do Ag2WO4 pelo método sol-gel, seguida da calcinação. Por fim, ambos os pós obtidos neste estudo foram submetidos às caracterizações FRX, DRX, MEV, EDS e FTIR. Confirmando a obtenção do APT e da Ag2WO4 na fase cristalina desejada (ortorrômbica), as partículas obtidas apresentaram também distribuição homogêneas e morfologia condizentes com a literatura, além de alto teor de pureza e cristalinidade.