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Ref.: MCoMcc26-002

MISTURAS SEMIPRONTAS PARA ARGAMASSAS SUSTENTÁVEIS DE ASSENTAMENTO E REVESTIMENTO

Apresentador: Aline Santana Figueiredo

Autores (Instituição): Figueiredo, A.S.(Universidade Federal de Ouro Preto); Kuster, L.D.(Universidade Federal de Ouro Preto); Resende, D.M.(Universidade Federal de Ouro Preto); Costa, L.B.(Universidade Federal do Ceará); Peixoto, R.F.(Universidade Federal de Ouro Preto);

Resumo:
As argamassas mistas são utilizadas na construção civil para assentamento e revestimento de alvenarias, nas quais a cal hidratada é incorporada para proporcionar melhor trabalhabilidade e retenção de água no estado fresco e menor módulo de elasticidade no estado endurecido. No entanto, a produção de cimento e cal é ambientalmente prejudicial em função da extração de matéria prima não renovável e elevada emissão de CO2. Em busca de alternativas sustentáveis ao uso da cal, trabalhos recentes apontam a viabilidade técnica da utilização dos aditivos incorporadores de ar (AIA) para aumentar a trabalhabilidade e durabilidade das argamassas mistas. O Linear Alquil Benzeno Sulfonato de Sódio (LAS), encontrado em detergentes de uso doméstico, é uma opção de AIA de baixo custo, biodegradável e de fácil acesso. Estudos indicam que argamassas contendo LAS em sua composição apresentaram desempenho satisfatório quanto à trabalhabilidade, coesão e resistência mecânica. Contudo, o desempenho das argamassas aditivadas com AIA pode ser fortemente afetado por fatores como dosagem, tipo de cimento, adições e procedimento de mistura. Com o objetivo de possibilitar um maior controle de qualidade dessas matrizes in situ, este trabalho avaliou o desempenho do LAS incorporado às argamassas mistas quando homogeneizado em agregado miúdo úmido e armazenado por períodos de 24h; 30, 240 e 360 dias antes da moldagem. Foram produzidas misturas semiprontas constituídas por: (i) areia natural; (ii) água (umidade crítica da areia) e (iii) 0,5% de LAS (definido experimentalmente em projeto piloto) em relação à massa de cimento adicionada no momento da aplicação da argamassa, na proporção de 1:3. A caracterização física e mecânica das matrizes resultantes foi realizada de acordo com a NBR 13281 e BS EN 998, que tratam dos requisitos para argamassas de revestimento e assentamento para alvenarias. Os resultados demonstraram aumento da resistência à tração na flexão e da velocidade de pulso ultrassônico. Incrementos na resistência à compressão e massa específica também foram observados, indicando maior durabilidade da matriz. A demanda por água de amassamento verificada esteve diretamente relacionada ao tempo de armazenamento das misturas semiprontas para se obter um mesmo índice de consistência, inclusive havendo uma sutil tendência de redução no teor de ar incorporado e na retenção de água. Contudo, a perda de eficiência observada para a dosagem 0,5% do aditivo ao longo do tempo de armazenamento não comprometeu o desempenho da argamassa no estado fresco. Constatou-se, dessa forma, a viabilidade técnica para a produção de argamassas a partir de misturas semiprontas industrializadas mais sustentáveis, sem adição de cal e de fácil utilização, com potencial de aceitação pelo mercado e em conformidade com as normas de qualidade pré-estabelecidas.