Ref.: EmaCo14-001
Apresentador: Lilian Ferreira de Senna
Autores (Instituição): Marques, M.M.(Instituto Federal do Rio de Janeiro); Senna, L.F.(Universidade do Estado do Rio de Janeiro); do Lago, D.C.(Universidade do Estado do Rio de Janeiro); Braga, A.V.(Universidade do Estado do Rio de Janeiro); Ferreira, F.N.(Universidade do Estado do Rio de Janeiro); Gois, J.S.(Universidade do Estado do Rio de Janeiro); da Silva, C.S.(Universidade do Estado do Rio de Janeiro);
Resumo:
Nas indústrias de dutos e equipamentos, o aço-carbono é considerado um material importante, podendo ser flexionado ou dobrado sem perder sua integridade estrutural. Apesar do seu baixo custo, contudo, a exposição a meios agressivos também ocorre extensivamente, levando à deterioração do material. Diversas alternativas têm sido estudadas para o controle ideal da corrosão, incluindo a aplicação de inibidores de corrosão. Tais compostos, sejam orgânicos ou inorgânicos, ao serem adicionados ao meio corrosivo em concentração adequada, podem reduzir ou prevenir as reações responsáveis pela corrosão. Os inibidores têm sido aplicados em ambientes ácidos e neutros para proteger diversos metais como aço carbono, níquel e zinco.
Os inibidores sintéticos são amplamente comercializados há anos mesmo sabendo que o uso desses inibidores, em sua maioria compostos orgânicos contendo átomos de enxofre e/ou nitrogênio, pode ser altamente tóxico ao meio ambiente. Mais recentemente, contudo, a busca por inibidores ecologicamente corretos tem se tornado cada vez mais necessária, a fim de reduzir ou evitar completamente o impacto no meio ambiente. Nesse contexto, os inibidores naturais como aqueles oriundos de cascas, sementes, folhas, frutos e até mesmo resíduos agroindustriais, ganham cada vez mais destaque por serem provenientes de recursos renováveis. No Brasil, o processamento de produtos agrícolas para a extração de sucos, óleos e molhos para consumo humano geram grande quantidade de subprodutos provenientes do tratamento industrial.
Este trabalho investigou a ação inibitória dos extratos aquosos liofilizados de resíduos da centrifugação do suco da uva Isabel, LSU (Vinícola Poggere) e de cascas brancas de alho (LCA) sobre a corrosão do aço carbono em solução de Na2SO4 0,1 mol L-1 utilizando ensaios gravimétricos (EG), curvas de polarização potenciodinâmica (PP) e medidas de espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE). Quatro concentrações (100, 200, 300 e 400 ppm) dos extratos foram adicionados ao meio corrosivo para essas investigações. Os resultados mostram que, em ambos os extratos, a adição de 300 ppm foi a mais eficiente na proteção do aço carbono no meio salino neutro, em torno de 89% para o extrato LSU e 65% para o LCA, usando EIE. Adicionalmente, os extratos foram analisados quanto ao teor de fenóis totais, pelo método de Folin Ciocateu, e atividade antioxidante pelo método DPPH(2,2-difenil-picrlhidrazil). Em relação à capacidade de sequestrar o radical livre DPPH, expressa como o percentual de inibição (% DPPH consumido) os extratos liofilizados LSU e LCA apresentaram valores de 8,47 e 12,64, respectivamente.
Esses resultados indicam que tais extratos são uma excelente alternativa para utilização de resíduos da agroindústria como inibidor de corrosão para o aço no meio corrosivo estudado.