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Ref.: MceCge26-001

Análise da permeabilidade e da corrosão induzida pela bactéria Acidithiobacillus thiooxidans, em concreto projetado para o setor de pré-tratamento de esgoto.

Apresentador: Indira Bessa Oliveira

Autores (Instituição): Oliveira, I.B.(Universidade Estadual Paulista); Ortega, F.d.(Universidade do Vale do Paraíba); Innocentini, M.D.(Universidade de Ribeirão Preto); Biagioni, B.(Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho|"); Bevilaqua, D.(Universidade Estadual Paulista);

Resumo:
Em 1947 houve a identificação do microrganismo Thiobacillus concretivorous, conhecido atualmente como Acidithiobacillus thiooxidans, o qual é capaz de produzir ácido sulfúrico em níveis de pH abaixo de 3, em superfícies de concreto. Há cinco espécies de Acidithiobacillus que contribuem com a diminuição do pH em efluentes de estações de tratamento de esgoto (ETE’s): At. thioparus, At. Novellus, At. neapolitanus, At. intermedius, At. ferrooxidans e At. thiooxidans. Esses microrganismos compõem uma sucessão biológica na colonização da superfície de concretos, causando a progressiva diminuição do pH superficial, até que este se torna adequado à proliferação e manutenção da bactéria At. thiooxidans, em pH abaixo de 3,0. A colonização da superfície do concreto por tais bactérias depende da disponibilidade de nutrientes e do pH. A “Microbiologia indutora da corrosão do concreto” estuda, entre outros aspectos, os mecanismos de redução do enxofre no cimento Portland, produzindo ácido sulfúrico, que acelera a deterioração do concreto e diminui drasticamente a vida útil das estruturas expostas a tais ambientes, a qual normalmente não ultrapassa 8 anos. O objetivo desse trabalho é analisar o comportamento de uma composição de concreto desenvolvida para uso em setor de pré-tratamento de esgoto, quanto à variação da permeabilidade ao longo do tempo e quanto à sua susceptibilidade como fonte de energia para a bactéria At. thiooxidans. Para isso, foram produzidas amostras cilíndricas (5x10 cm) que foram alocadas na área da elevatória do setor de pré-tratamento da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Pararangaba, em São José dos Campos. Esses CDP’s foram mantidos por três meses nesse ambiente, sendo registradas semanalmente suas massas e as dimensões. Após a retirada dos CDP’s da ETE’s, foram realizados o ensaio microbiológico e as análises utilizando Microscopia Eletrônica de Varredura e Espectroscopia por Energia Diserpersiva de Raiox-X. O ensaio de permeabilidade foi realizado pelo o método “vaccum-decay” que se refere ao escoamento transiente de ar na avaliação das amostras. Para a realização do ensaio microbiológico utilizaram-se técnicas de processos biohidrometalúrgicos, a partir da biolixiviação agitada. Os sistemas de referência e os projetados foram moídos e ofertados à bactéria At.thiooxidans para análise de sua susceptibilidade à ação bacteriana. Os pós, tanto em meio biótico quanto abiótico, permaneceram em Erlenmeyers por 50 dias, sendo feitas medições do pH a cada 4 dias, indicando a susceptibilidade das composições aos meios. Verificou-se que uma das composições apresentou dificuldade de adesão dos microorganismos à superfície do concreto e incapacidade da bactéria At. thiooxidans de utilizá-la como fonte de energia, o que tem boa correlação com a estrutura preservada do respectivo CDP, apesar de sua maior permeabilidade. Tais resultados são promissores quanto ao aumento da durabilidade das peças estruturais de concreto em ETEs.