Ref.: MpoBi22-001
Apresentador: Indira Sardinha Caló Esteves
Autores (Instituição): Esteves, I.S.(Universidade Federal da Bahia); de Souza, L.d.(Universidade Federal da Bahia); Rigoli, I.C.(UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA); José, N.M.(Universidade Federal da Bahia);
Resumo:
O desenvolvimento de embalagens ativas biodegradáveis tem recebido uma atenção crescente na indústria de alimentos, explicado pela procura dos consumidores por alimentos de alta qualidade, fatores de saúde e preocupações ambientais sobre a eliminação das embalagens de alimentos de materiais não renováveis. Para atender as diversas necessidades das indústrias, alternativas como a mistura de polímeros (blendas), são utilizadas para obter materiais com melhores propriedades. Dessa forma, a associação de polímeros como carboximetilcelulose (CMC) e gelatina (GEL), vem sendo investigada para a produção de filmes ativos para embalagens de alimentos, utilizados como suportes para incorporação de enzimas. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo a incorporação das enzimas ?-galactosidase e lipase em filmes poliméricos de CMC e GEL como componente de embalagem para produtos lácteos a fim de hidrolisar a lactose e os triglicerídeos presentes no leite e como resultado a obtenção de produtos zero lactose e com baixo teor de triglicerídeos.
Os filmes foram produzidos pelo método casting com diferentes composições de GEL-CMC (A-0:100, B-25:75, C-50:50, D-75:25, E-100:0). As enzimas foram adicionadas às soluções filmogênicas para produção dos filmes ativos. As micrografias obtidas na superfície e seção transversal revelaram a formação de uma estrutura regular e uniforme indicando que há interação eletrostática entre os polímeros utilizados e que não houve, para os filmes, sedimentação das enzimas adicionadas nem comprometimento da estrutura. Os filmes foram totalmente solubilizados em água, garantindo a completa distribuição das enzimas para o produto e a biodegradabilidade do material. O filme E obteve um teor de umidade 36,6% menor que o filme A, indicando que a CMC é o polímero mais hidrofílico. Corroborando, a PVA dos filmes indica que a CMC possui maior permeabilidade ao vapor de água do que a GEL, explicado pelo aumento do volume livre da matriz composta causada pelos grupos aniônicos mais volumosos da CMC. A espectrofotometria UV-vis indicou que o filme E obteve uma absorção de luz UV de aproximadamente 98%, com melhor propriedade de barreira do que os filmes contendo CMC. Os termogramas mostraram que o aumento da concentração de CMC na composição é capaz de aumentar a estabilidade térmica dos filmes, devido a sua estrutura mais cristalina. Da mesma forma, aumenta a resistência mecânica dos filmes comprovados pelos resultados da força de tração, alongamento e módulo de elasticidade. Avaliando a atividade das enzimas incorporadas nos filmes os resultados foram satisfatórios, com atividade enzimática semelhante a obtida para enzima livre.
Sendo assim, os filmes obtidos apresentaram-se como um bom suporte para a incorporação de enzimas e aplicação em produtos lácteos, hidrolisando a lactose e os triglicerídeos, viabilizando a utilização como um componente para desenvolvimento de uma embalagem ativa.