Ref.: MpoErec12-001
Apresentador: Jania Betania A Silva
Autores (Instituição): Pereira, J.D.(Universidade Federal da Bahia); Santana, J.S.(Universidade Federal da Bahia); Silva, A.C.(Universidade Federal do Recôncavo da Bahia); Santana, C.E.(Universidade Federal do Recôncavo da Bahia); Lucas, A.d.(Universidade Federal de São Carlos); Ferreira, B.D.(niversidade Federal de Minas Gerais); Sebastião, R.d.(Universidade Federal de Minas Gerais); Marques, M.B.(Universidade Federal de Alfenas); Souza, C.O.(Universidade Federal da Bahia); Silva, J.B.(Universidade Federal do Recôncavo da Bahia);
Resumo:
O acúmulo de materiais feitos a partir de polímeros sintéticos no meio ambiente é um desafio dessa e das próximas gerações. Alguns estudos têm demonstrado a capacidade de alguns insetos, no estágio larval, em biodegradar resíduos provenientes de materiais poliméricos. Nesse trabalho, foi avaliada a capacidade de larvas Zophobas morio (dois diferentes estágios de desenvolvimento, nomeados Grupo 1 e 2) em biodegradar o poliestireno extrudado - XPS (limpo e pós consumo), e o etileno acetato de vinila – EVA (sem pigmento e com pigmento rosa) por análise térmica. Ração comercial a base de farelo de trigo e aveia foi utilizada como dieta controle. As larvas foram alimentadas durante 45 dias com os referidos polímeros, o excremento gerado durante o experimento foi submetido a um analisador térmico (Perk Elmer, Pyris 1 TGA, Shelton, Connecticut, USA), com atmosfera inerte de N2 50 mL.min-1e taxa de aquecimento de 10 °C.min-1, numa faixa de temperatura de 25 a 600 °C. Os perfis térmicos da ração comercial e dos respectivos excrementos, foram semelhantes, com o mesmo número de eventos térmicos e temperaturas próximas, o que indica composição semelhante entre a dieta (ração) e os excrementos gerados. Os excrementos dos polímeros consumidos pelas larvas do grupo 1 apresentaram um evento de perda de massa entre 25,20 e 139,25 °C, atribuída a perda de umidade. O mesmo comportamento foi observado para as larvas maiores (grupo 2), exceto quando estas se alimentaram com o XPS (limpo e pós consumo). O porcentual de umidade dos excrementos das larvas do grupo 1 variou de 5,64 a 9,69%, para as larvas do grupo 2 entre 3,18 a 5,56%. Em adição, foi observada uma maior quantidade de eventos térmicos para os excrementos (2 e 5), quando comparados aos seus respectivos polímeros (1 e 2), indicando que houve diminuição da massa molecular dos mesmos e uma bioconversão parcial. Os excrementos das larvas menores (Grupo 1), que consumiram as dietas de XPS limpo ou pós-consumo apresentaram quatro eventos de perda de massa, no entanto para as larvas maiores (Grupo 2), os excrementos apresentaram dois eventos térmicos. Os excrementos das larvas dos dois grupos 1 e 2, as quais se alimentaram de EVA (sem pigmento) apresentaram cinco eventos, com maior perda de massa (55,07 %) entre 222,80 a 448,64 °C. Os excrementos gerados pelo consumo de EVA (pigmento rosa) apresentaram três eventos para os dois grupos, com maior perda de massa (72,57 %), observada no excremento das larvas grupo 1 entre 132,82 a 486,90 °C. Esses resultados sugerem que a digestão dos polímeros pelas larvas de Zophobas Morio, através da mastigação e da ação da microbiota intestinal, resulta em componentes poliméricos com massa molecular diferente e biodegradação parcial.