Ref.: MCoCa07-005
Apresentador: Douglas Mol Resende
Autores (Instituição): Resende, D.M.(Universidade Federal de Ouro Preto); Pena, L.A.(Universidade Federal de Ouro Preto); Brandão, R.P.(Universidade Federal de Ouro Preto); Peixoto, R.F.(Universidade Federal de Ouro Preto);
Resumo:
A extração de recursos minerais desempenha um papel de grande relevância tanto na esfera econômica quanto social em todo o mundo. O Brasil se destaca internacionalmente nesse setor, sendo o terceiro maior explorador global de minério de ferro. No ano de 2022, aproximadamente 48% dos municípios brasileiros estiveram vinculados às atividades de extração mineral, resultando em benefícios diretos para a arrecadação de impostos. A atividade mineraria esteve ainda relacionada a geração de cerca de 2,25 milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil. Apesar da sua importância econômica e social, a extração mineral gera um expressivo volume de rejeitos, geralmente dispostos em barragens ou cavas, que, eventualmente, podem causar acidentes ambientais. Nesse sentido, a reutilização de rejeitos da mineração é imperativa para aprimorar as condições de segurança no setor e reduzir os impactos ambientais associados. Paralelamente, a construção civil consome consideráveis quantidades de recursos naturais, impulsionando a realização de estudos sobre a viabilidade técnica do reaproveitamento de rejeitos de mineração como matéria-prima na produção de compósitos cimentícios. Assim, o presente estudo propõe a avaliação das propriedades físicas e mecânicas de um rejeito granular gerado a partir do beneficiamento de minério de ferro (RGMF), comparativamente a um agregado graúdo convencional (brita de gnaisse). Para esse própósito, os materiais foram caracterizados quanto à morfologia, massa específica, massa unitária, distribuição granulométrica de partículas, índice de forma e resistência ao esmagamento. O RGMF apresentou valores superiores de massa específica e unitária, que podem estar relacionados à possível presença de óxidos de ferro em sua composição química. O rejeito granular de minério ferro foi caracterizado como brita 1, com predominancia de partículas de dimensões entre 12,5 e 19,0 mm e índice de forma de 2,45 (abaixo do limite normativo de 3,0, conforme NBR 7211). Adicionalmente, o material demonstrou resistência ao esmagamento similar ao agregado graúdo convencional, atingindo o valor de 78%. Esses resultados indicam a viabilidade da utilização do rejeito granular de minério de ferro como agregado graúdo em matrizes cimentícias, contribuindo, assim, para o desenvolvimento de processos circulares e tecnologias de construção sustentáveis.