Ref.: MCoMge11-001
Apresentador: Herbert Pereira Barbosa
Autores (Instituição): Barbosa, H.P.(Universidade do estado da Bahia); Ramos, E.C.(Universidade do estado da Bahia); das Virgens, C.F.(Universidade do Estado da Bahia);
Resumo:
As matéria-primas lignocelulósicas vem ganhando destaque diante as preocupações decorrentes do uso do carvão mineral e do petróleo. Assim, a casca oriunda da biomassa Vigna unguiculata (L.) Walp (feijão-caupi) é uma promissora fonte energética sustentável, em decorrência de sua ampla disponibilidade agrícola, além de ser economicamente viável para plantio e consumo. O estudo desenvolvido sobre a casca da Vigna unguiculata (feijão-caupi) foi escolhido diante o seu grande volume de descarte, gerado devido à escassez de aproveitamento do material no meio culinário e seu alto consumo no nordeste do Brasil. O estudo das caracterizações desenvolvido sobre a casca da Vigna unguiculata (feijão-caupi) vem com o intuito de avaliar a suas propriedades, investigar os seus constituintes majoritários e com o comportamento térmico, definir a temperatura ideal para condução do processo de pirolise. Toda essa investigação visa ainda reduzir o acúmulo de seus resíduos orgânicos gerados em meio urbano, quando em excesso, tornando-se grandes poluentes, diante disso, destaca-se o processo físico-químico, a pirólise lenta, que é um processo de conversão termodinâmica à formação de bio produtos, de alto interesse comercial. A priori, o material é coletado em feiras publicas de Salvador – BA e submetido a uma serie de processos de tratamento e moagem, a fim de se retirar as impurezas da biomassa, para que assim obtenha uma maior transparência no ensaio de pirolise e devidas análises. O ensaio foi conduzido com o fluxo de gás Argônio com vazão de 200 mL/min onde, no reator foi adicionado 20 gramas da biomassa casca Vigna unguiculata nas seguintes condições: 330 minutos, até 600°C, resfriando novamente depois por 50 minutos. Gerando assim, a amostra BCv (Biocarvão Vigna), sendo esse de coloração preta. As modificações químicas sofridas pelo material lignocelulósico, foram determinadas por meio das técnicas de caracterizações do estado sólido convencionais, difração de raios-X (DRX), análise termogravimétrica (TGA), espectroscopia na região do infravermelho com transformada de Fourier (FT-IR). O difratograma da biomassa revelou halos amorfos e a presença predominante da celulose do tipo I, em contrapartida, o difratograma da amostra BCv apresenta diferença entre os picos evidenciados anteriormente, demonstrando as mudanças no material, ocasionado pelas reações presentes no processo de termoconversão. Os espectros de FT-IR indicaram bandas de vibrações condizentes com os resultados de TG quando identificamos os constituintes majoritários da biomassa e a sua perda de massa nas etapas de decomposição térmica. Os resultados de TG também indicaram que para condução de bio carvão, a temperatura ideal é acima de 600 °C, onde foi observada uma faixa pseudo-estacionaria de perda de massa. Por fim, nas análises termogravimétricas, TGA e sua derivada, foi observado que o bio carvão, quando comparado a sua biomassa, apresentou maior estabilidade térmica.