Ref.: MCoMcc11-001
Apresentador: Giane Alves Mello
Autores (Instituição): Mello, G.A.(Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul); Pires, M.J.(Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul);
Resumo:
A construção civil é uma das maiores geradoras de resíduos no mundo e contribui significativamente para os elevados níveis de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Isso se deve principalmente da decomposição do calcário e do uso de combustíveis fósseis durante a produção do clínquer, base do cimento. O cimento é um material imprescindível para a construção civil, portanto à busca de novas alternativas de materiais mais sustentáveis diminuindo os impactos ambientais faz-se necessário. Tem sido sugerido que a exposição de compósitos cimentícios ao CO2 ativa ou acelera a carbonatação, resultando na formação de carbonato de cálcio (CaCO3) e outros compostos oferecendo um potencial de captura desse gás de efeito estufa. Zeólitas são aluminosilicatos naturais ou sintéticos, muito utilizados em diferentes aplicações (catálise, tratamento de efluentes, detergentes, entre outros). A síntese de zeólitas pode gerar resíduos que necessitam de tratamento e disposição adequados. O objetivo desse trabalho é caracterizar um resíduo gerado na síntese de zeólitas e avaliar sua utilização na captura do CO2 durante a produção de argamassa cimentícia. Serão também avaliadas as propriedades de isolamento térmico da argamassa. Os resíduos de zeólitas foram caracterizados quanto a distribuição granulométrica, morfologia, composição química e mineralógica, análises térmicas, propriedades térmicas, texturais, pozolânicas, teor de umidade, entre outras. O resíduo será exposto em reator fechado a fluxo de ar contendo dióxido de carbono, visando a captura de CO2. O material obtido será usado na substituição do cimento (0 a 20%) para a produção de argamassa cimentícia, sendo avaliada após 14 e 28 dias de cura. Além das propriedades mecânicas, texturais, umidade e isolamento térmico, o produto final será avaliado testado quanto a capacidade de retenção do CO2 ao longo do tempo. Os resultados parciais, indicam que o resíduo de zeólitas apresenta, baixa granulometria (diâmetro médio 150 mm) e umidade de 27±3 %. A análise mineralógica (DRX) indicou a presença de zeolita 4 A e X (56,8%), mulita (27,2) e quartzo (16,0%). Essas zeolitas apresentam capacidade significativa de adsorção de CO2. A composição química (FRX) indica a presença de Si, Al e Na como elementos majoritários, como esperado, em função da estrutura das zeólitas ser composta desses elementos, bem como do quartzo (SiO2) e da mulita (3Al2O3.2SiO2). A morfologia (MEV) confirmou a presença das zeólitas 4 A e X, com a presença de partículas micrométricas com estruturas características dessas zeólitas. Os testes de captura de CO2 estão em andamento, em diferentes condições experimentais (concentração, vazão, teor de umidade dos resíduos, temperatura). Espera-se que a argamassa obtida com esse resíduo enriquecido de CO2 irá contribuir para melhorar a sustentabilidade da argamassa cimentícia.