Ref.: MmeCo17-001
Apresentador: Paulo César Borges
Autores (Instituição): Januario, M.E.(Universidade Tecnológica Federal do Paraná); Calabokis, O.P.(Fundación Universitaria Los Libertadores); de la Rosa, Y.E.(Fundación Universitaria Los Libertadores); Canestraro, V.M.(Universidade Tecnológica Federal do Paraná); de Mendonça, L.G.(Universidade Tecnológica Federal do Paraná); Lepienski, C.M.(Universidade Tecnológica Federal do Paraná); Borges, P.C.(Universidade Tecnológica Federal do Paraná);
Resumo:
A escolha criteriosa de materiais para uso na indústria de óleo e gás é essencial para prevenir falhas e mau funcionamento de equipamentos ocasionadas por contaminantes como CO2, H2S e cloretos presentes nesse ambiente. Nesse contexto, as superligas de níquel, em especial a liga Inconel 718 (UNS N07718), possuem destaque por sua excelente resistência à corrosão. No entanto, sua susceptibilidade ao desgaste limita suas aplicações. Estudos recentes indicam que procedimentos de tratamento térmico, especificamente a solubilização e o envelhecimento, podem otimizar as propriedades mecânicas da superliga Inconel 718 sem prejuízo à resistência a corrosão. Este trabalho investiga o efeito de diferentes tratamentos térmicos de solubilização (1040 °C) e envelhecimento em quatro condições distintas: a) 720 °C por 8 h; b) 720 ºC por 48 h; c) 720 ºC por 8 h seguido de 620 C por 8 h; e d) 720 ºC por 8 h, seguido de 620 ºC por 96 h, sobre o comportamento de corrosão, desgaste e tribocorrosão da liga Inconel 718. Foram realizados ensaios de desgaste em movimento recíproco tanto em potencial de circuito aberto (PCA) quanto sob polarização catódica em potencial -0,8 V vs PCA para avaliar a resistência à tribocorrosão e ao desgaste isolado. A resistência à corrosão sem desgaste mecânico foi determinada por meio de ensaios de polarização potenciodinâmica. Técnicas de interferometria 3D e microscopia eletrônica de varredura foram empregadas para a análise da topografia superficial e quantificação do desgaste, bem como para identificar os mecanismos de desgaste e corrosão envolvidos. Verificou-se que tratamentos térmicos prolongados e com múltiplas etapas tendem a aumentar a corrosão. Já no desgaste puro, uma relação inversa pode ser encontrada a depender do número de etapas empregadas: em uma etapa obtiveram-se maiores volumes de material perdido para maiores tempos de tratamento; em duas etapas obtiveram-se maiores volumes de material perdido para menores tempos de tratamento. A polarização catódica reduziu a perda de material em todas as condições de tratamento. Em relação à tribocorrosão, observou-se que elevou o coeficiente de atrito e o volume de material perdido em todas as condições, apesar de apresentar mecanismos de desgaste similares ao desgaste isolado. Constatou-se também que tratamentos mais longos e de duplo envelhecimento acarretaram menor resistência à polarização e menor recuperação do potencial ao fim da polarização. O tratamento de envelhecimento simples a 720 ºC por 8 horas se destacou por apresentar os melhores resultados de resistência à tribocorrosão, sem comprometer a resistência à corrosão.