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Ref.: MCoCa12-001

ANÁLISE DA RESISTÊNCIA AO FOGO DE COMPÓSITOS COM RESÍDUO DE COBRE

Apresentador: Jamily Martins Souza

Autores (Instituição): Souza, J.M.(Universidade Federal do Pará); Silva, I.A.(Universidade Federal do Pará); Gomes, L.V.(Universidade Federal do Pará); RODRIGUES, E.C.(Universidade Federal do Pará); Costa, D.d.(Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará); ESTUMANO, D.C.(Universidade Federal do Pará); Costa, D.S.(Universidade Federal do Pará);

Resumo:
Em 2022, o Brasil produziu 1,3 milhão de toneladas de minério de cobre destinada à exportação, contudo o descarte inadequado desse resíduo pode resultar em sérios problemas ambientais, como a contaminação de recursos hídricos e do solo. Nesse contexto surge a necessidade de pesquisas voltadas à reutilização desse resíduo para reduzir seus impactos no meio ambiente. Nesse sentido, o trabalho tem como objetivo confeccionar compósitos com o resíduo de cobre e avaliar sua resistência à chamas, visando reduzir o índice de impacto desse resíduo no meio ambiente e o desenvolvimento de tecnologias aplicadas à Engenharia. Foram produzidos compósitos de matriz polimérica, utilizando-se o resíduo industrial de cobre. O processo iniciou se com a secagem do resíduo em estufa por 24h a uma temperatura de 100°C, seguida da classificação da granulometria em uma peneira de 100 Mesh da série Tyler (tamanho da abertura de 0,150 mm) , por seguinte foi determinada a massa específica aparente do resíduo utilizando o método do picnômetro. A demais foi feita a análise mineralógica do resíduo de cobre por Difração de Raios-X. Na produção dos materiais foi utilizado o método manual (hand lay-up) em moldes de silicone, sem compressão , com proporções em massa variando entre 10%, 20% e 30% do resíduo, em seguida foi feito o preparo da mistura, na seguinte ordem: resina, resíduo, CAT- MET (1,5% v/v), e MEK-P (1% v/v), foram misturados até completamente homogeneizado e posteriormente foram envasados nos moldes, após o tempo de 24h necessário para o processo de cura, realizou-se os acabamentos por meio de lixas nos corpos de prova. Após a fabricação realizou-se o ensaio de flamabilidade horizontal (ASTM D 635) . O resultado da massa específica calculada do resíduo de cobre foi de 2,848 g/cm³ de acordo com a literatura pesquisada e na análise mineralógica do resíduo o difratograma identificou principalmente a presença de calcita (CaCO3). Os materiais ensaiados exibiram boas propriedades de resistência à chama quando comparados com as recomendações da norma ASTM D 635 que considera uma taxa de 40 mm/min padrão e CONTRAN 498 uma taxa de 100 mm/min para o ensaio de flamabilidade, os compósitos fabricados nas proporções (10%, 20% e 30%) obtiveram uma taxa de propagação: de 10% 21,429 mm/min; 20% 18,428 mm/min e 30% 21,248 mm/min. Com destaque para o compósito de 20 % de resíduo de cobre que obteve uma redução de 41% em relação a ASTM D 635 , e em relação à CONTRAN 498 teve uma redução ainda mais significativa de 81,57%. Com base nos resultados obtidos, a produção de materiais compósitos com a utilização de resíduos de cobre representou uma utilização promissora, demonstrando uma boa resistência à propagação de chamas e contribuindo para a redução dos resíduos na natureza, impulsionando o avanço de tecnologias limpas.