Ref.: MCoErec08-002
Apresentador: MANOEL VINICIUS FRANCA MONTEIRO
Autores (Instituição): MONTEIRO, M.V.(Universidade Federal do Pará); FERNANDES, J.F.(Universidade Federal do Pará); SOUSA, A.P.(Universidade Federal do Pará); LIMA, H.B.(Universidade Federal do Pará); ESTUMANO, D.C.(Universidade Federal do Pará); RODRIGUES, E.C.(Universidade Federal do Pará); COSTA, D.S.(Universidade Federal do Pará);
Resumo:
O açaí, fruto popular da região amazônica, é reconhecido pelos seus diversos benefícios à saúde e pelo impacto positivo na economia local. Além de fortalecer o sistema imunológico, seu cultivo e comercialização beneficiam as comunidades amazônicas, promovendo a geração de empregos e fomentando seu desenvolvimento. Entretanto, surge uma questão diante do hábito da população de consumir diariamente o açaí: o descarte inadequado dos caroços, o que constitui não apenas um problema ambiental, mas também resulta na falta de reconhecimento do potencial desse resíduo. Nesse contexto, foi analisada uma alternativa para o aproveitamento desse resíduo através da utilização de suas fibras para produção de compósitos de matriz polimérica. O objetivo foi conferir aos compósitos características específicas como resistência mecânica, levando em consideração aspectos da sustentabilidade ambiental. Para isso, foram adquiridos dois quilos de caroços de açaí de um comércio local em Belém; primeiramente os caroços foram lavados e deixados secar por 24 horas, as fibras foram manualmente extraídas, e submetidas a análise da massa específica aparente (MEA) determinada pelo método do picnômetro e análise morfológica. Para os compósitos, utilizou-se resina poliéster ortoftálica insaturada como matriz e 1%, 2% e 3% nas frações mássicas da fibra do caroço de açaí, a produção dos compósitos envolveu dispersão das fibras, homogeneização da matriz, vazamento em molde de silicone e polimerização por 72 horas. Os corpos de prova foram testados quanto à tração e flexão seguindo as normas ASTM D638 e ASTM D790, respectivamente. Dessa forma, observou-se que a fibra do açaí possui densidade inferior quando comparada com outras fibras como, sisal e coco. Na análise morfológica, notou-se que a fibra tem superfície rugosa e irregular, contendo ceras e lipídios naturais, devido à ausência de tratamento químico. Os resultados obtidos nos ensaios mecânicos de tração e flexão foram satisfatórios, evidenciando um desempenho superior em relação à literatura, esta melhoria pode ser atribuída a uma melhor dispersão entre a matriz e a fibra; tais resultados validam a eficácia dos compósitos produzidos, indicando um potencial significativo para algumas aplicações, apresentando-se como mitigador dos impactos ambientais adversos. Conclui-se que a pesquisa está de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), especificamente no que se refere ao consumo e produção responsáveis, a alternativa desenvolvida para as fibras do caroço do açaí contribui para reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso; além de apresentar viabilidade para aplicações como embalagens sustentáveis.