Ref.: MceCa11-003
Apresentador: JAQUELINE DO CARMO LIMA CARVALHO
Autores (Instituição): CARVALHO, J.D.(Universidade do Estado de Minas Gerais); Carolino, J.M.(Universidade do Estado de Minas Gerais); Braz, G.S.(Universidade do Estado de Minas Gerais); Patrócinio, M.C.(Universidade do Estado de Minas Gerais); Rocha, I.O.(Universidade do Estado de Minas Gerais); de Lima, R.P.(Universidade do Estado de Minas Gerais); Lima, E.N.(Universidade do Estado de Minas Gerais); Machado, A.T.(Universiade do Estado de Minas Gerais);
Resumo:
O biocarvão, reconhecido como uma tecnologia para captura e armazenamento de carbono, desempenha um papel importante na redução dos níveis de CO2 na atmosfera. Ele surge como uma alternativa promissora na busca por soluções sustentáveis para os desafios das mudanças climáticas e para aumentar a produtividade em solos pobres, visando a aprimorar suas propriedades. Uma tendência emergente é a inclusão de técnicas de ativação física e/ou química como parte do processo de produção do biocarvão. A ativação física é caracterizada pelo aquecimento da biomassa entre 700 ºC e 900 °C, e a ativação química é obtida comumente pela utilização de reagentes como ZnCl2, H3PO4, NaOH, KOH, entre outros. Esses processos têm demonstrado melhorias significativas nas propriedades da superfície do biocarvão, incluindo o aumento da área superficial específica e o desenvolvimento de estrutura porosa. No entanto, os potenciais efeitos tóxicos desse material precisam ser investigados para garantir sua utilização eficaz e segura. Esses efeitos adversos podem ser atribuídos às substâncias como sílica, dioxinas, hidrocarbonetos poliaromáticos, compostos fenólicos, metais tóxicos, entre outras. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos ecotoxicológicos dos extratos de biocarvões ativados com cloreto de zinco, obtidos a partir do bagaço de cana-de-açúcar. Para isso, foi conduzido um ensaio de toxicidade utilizando extratos aquosos (2,5% m/v) de cinco amostras de biocarvões ativados com cloreto de zinco, preparadas em diferentes temperaturas finais de pirólise (300, 400, 600, 800 e 1000 °C). O crustáceo Artemia salina foi selecionado e usado devido à sua sensibilidade aos elementos e compostos tóxicos. A composição elementar das amostras de biocarvões ativados foram investigadas por MEV/EDS. Os resultados mostram que a porcentagem de mortalidade de Artemia salina diminuiu com o aumento da temperatura final de pirólise das amostras, variando de 2,5% (no controle negativo com água destilada) a 100% (no extrato do biocarvão pirolisado a 300 °C). Além disso, foi observada uma relação linear (R² = 0,93) entre a mortalidade (%) e o teor de zinco das amostras de biocarvão. Portanto, a utilização de Artemia salina como organismo-teste mostrou-se promissora para a detecção de efeitos ecotoxicológicos de amostras de biocarvão ativado com cloreto de zinco.