Ref.: MpoBi32-006
Apresentador: José Marcelo Honório Ferreira Barros
Autores (Instituição): Barros, J.M.(Universidade Federal de Santa Catarina); Santos, A.A.(Universidade Federal de Santa Catarina); Stadnik, M.J.(Universidade Federal de Santa Catarina); da Costa, C.(Universidade Federal de Santa Catarina);
Resumo:
Na agricultura, o uso de pesticidas sintéticos para combater pragas pode acarretar diversos problemas ambientais e de saúde humana. Diante disso, busca-se incessantemente por alternativas naturais que combatam pragas sem prejudicar o meio ambiente. Entre essas alternativas, os óleos essenciais (OEs) se destacam pela sua comprovada atividade antioxidante e antifúngica. No entanto, esses compostos naturais apresentam desafios, como alta volatilidade, baixa persistência no ambiente e instabilidade durante o armazenamento. Nesse contexto, a encapsulação dos OEs em matrizes poliméricas surge como uma alternativa promissora para proteger esses compostos botânicos, mantendo sua atividade antifúngica e garantindo estabilidade a longo prazo. A zeína, um biopolímero proteico reconhecido por suas propriedades de automontagem, biodegradabilidade e biocompatibilidade, foi utilizada como invólucro para proteger o óleo essencial de Litsea cubeba (OEL). Inicialmente, nanopartículas de zeína carregadas com óleo essencial de Litsea cubeba (Z-OEL) foram preparadas por nanoprecipitação com auxílio de dispersor ultrassônico. O diâmetro hidrodinâmico e o índice de polidisperssão (PDI) das nanopartículas nas dispersões foram medidos em diferentes proporções em massa do invólucro de biopolímero em relação ao óleo essencial, e em diferentes tempos de sonicação. As nanopartículas foram caracterizadas quanto à sua composição química, estabilidade térmica e estabilidade de armazenamento. Por fim, foi avaliada a atividade antifúngica das nanopartículas contra o Colletotrichum lindemuthianum, fungo responsável por causar perdas significativas na cultura do feijão. Os resultados revelaram que as nanopartículas obtidas eram submicrométricas em todas as condições testadas, com diâmetro hidrodinâmico próximo a 200 nm e PDI < 0,3, indicando uma distribuição estreita de tamanho. Além disso, foram observados picos característicos do LEO no espectro de espectroscopia no infravermelho com transformada de Fourier, e possíveis interações hidrofóbicas entre a zeína e LEO, ambos compostos hidrofóbicos. As nanopartículas de zeína também apresentaram estabilidade térmica, melhorando suas propriedades em comparação com o biopolímero em sua forma pura. Por fim, foi observado que Z-OEL inibiu o crescimento micelial de C. lindemuthianum de maneira dose-dependente, com cerca de 65 % de inibição na maior concentração testada. Portanto, a zeína mostrou-se um candidato promissor para encapsular o óleo essencial e com potencial para atuar no controle do fungo responsável pela antracnose do feijoeiro.