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Ref.: MceMcc41-002

ESPUMAS VÍTREAS DE VIDRO RECICLADO E CINZA DE CASCA DE ARROZ: AVALIAÇÃO PARA POTENCIAIS APLICAÇÕES EM ISOLAMENTO TÉRMICO

Apresentador: Carlos Eduardo Keller Bertolo

Autores (Instituição): Bertolo, C.K.(Universidade Federal do Pampa); Stadler, P.A.(Universidade Federal do Pampa); Klekte, C.I.(Universidade Federal do Pampa); Flores, w.H.(Universidade Federal do Pampa); Venquiaruto, S.D.(Universidade Federal do Pampa); Menezes, J.W.(Universidade Federal do Pampa); Valsecchi, C.(Universidade Federal do Pampa);

Resumo:
Nas últimas décadas, o aumento populacional e um consumo desequilibrado de matérias-primas naturais, como areia para construção civil, resultaram em graves problemas ambientais, além da iminente escassez das mesmas. O vidro, material comumente empregado em embalagens, e a cinza da casca do arroz, subproduto resultante do cultivo do arroz, são resíduos recorrentemente descartados de forma inadequada e que, na falta de novas aplicações e/ou coletas seletivas eficientes, acabam depositados em aterros. Embora a reciclagem do vidro seja completamente viável, continua pouco difundida no Brasil. Nesse sentido, a utilização desses resíduos na produção de novos materiais, como espumas de vidro, surge como uma alternativa sustentável para mitigar o acúmulo em aterros e reduzir a extração de matérias-primas da natureza. As espumas vítreas são cerâmicas porosas produzidas com pó de vidro e agentes espumantes, possibilitando a inclusão de outros subprodutos em sua composição dependendo das propriedades desejadas. A alta porosidade das espumas e o seu leve peso as tornam potenciais para serem utilizadas como isolamento térmico em edificações. Neste estudo, foram produzidas espumas vítreas com 80 % - x de vidro reciclado, 20% de cinza da casca do arroz (CCA) e diversos teores (x = 0%, 2%, 2,5% e 5%) de calcita como agente espumante. Amostras retangulares foram moldadas e prensadas com uma carga uniaxial de 15 toneladas. Para facilitar a união das partículas, foi adicionada uma umidade de 8%, em massa. As amostras foram secas em estufa por 24 horas e, em seguida, submetidas a tratamento térmico a temperaturas de 1000°C e 1030°C, com uma rampa de 5°C/min. As amostras foram mantidas à temperatura máxima por 30 minutos. Após resfriamento natural, a avaliação do teor de agente espumante e da temperatura ideal de espumação foi realizada por meio de densidade aparente, DRX e DTA. Todas as amostras obtidas apresentaram uma ótima eficiência de espumação, com boa homogeneidade de distribuição de poro, e densidades aparentes muito baixas, entre 0,23 ± 0,01 e 0,39 ± 0,04 g/cm³. No geral, foi possível perceber que a presença de CCA favorece a eficiência da espumação, independentemente da quantidade de calcita utilizada. Pela análise de DRX foi demonstrado que as espumas são amorfas e apresentam resíduos de agente espumante, independentemente da quantidade utilizada. Foi demonstrado também que as espumas são materiais termicamente estáveis, mantendo sua integridade física até 900 °C. Entre todas, a amostra com x = 2% e T = 1000°C apresentou-se mais viável economicamente, pois apresenta a menor concentração de agente espumante, menor temperatura de fabricação com uma baixa densidade aparente (0,30 ± 0,04 g/cm³). Com este trabalho foi possível demonstrar a eficiência de produção de espumas de vidro a partir de materiais de descarte, que podem ser utilizadas como materiais de isolamento térmico em edificações, permitindo um processo mais sustentável na construção civil.