Ref.: MCoErec24-001
Apresentador: Laura Oliveira Gomes
Autores (Instituição): Gomes, L.O.(Centro de Tecnologia Mineral); Conceição, M.N.(Centro de Tecnologia Mineral); Ribeiro, R.C.(Centro de Tecnologia Mineral); Oliveira, M.G.(Instituto Nacional de Tecnologia); Gabriel, C.F.(Instituto Nacional de Tecnologia);
Resumo:
O setor de rochas ornamentais desempenha um papel fundamental no mercado econômico do Brasil, país que ocupa a 5ª posição de maior produtor mundial, sendo reconhecido internacionalmente pela qualidade e exuberância das rochas ornamentais aqui produzidas. O setor gera receitas substanciais, tornando-o de extrema importância para a economia do país, tanto na geração de receita quanto na geração de empregos, que ultrapassa 400 mil segundo a Abirochas, 2023. Além disso, devido à alta geodiversidade, grande território e elevada capacidade de produção, o Brasil teve um aumento de 1,6 milhões de toneladas exportadas em 10 anos, o que consolida o mercado de rochas ornamentais como um ramo em constante expansão, o qual não demonstra indícios de desaceleração. Buscando integrar o desenvolvimento sustentável, diversas indústrias têm explorado a geração de novos materiais ecossistêmicos, visando engajamento com a Agenda 2030 da ONU. Nesse contexto uma empresa produtora de armações de óculos, com mais de 40 anos de atividade no mercado e preocupada com questão em voga, se interessou na patente PI221109118311 desenvolvida pelo grupo de trabalho do CETEM que trata da aplicação de resíduos de rochas ornamentais na matriz polimérica de produção de armações de óculos. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi validar os arranjos experimentais, já com configurações físicas finais determinadas pela empresa, para realização de ensaios nas linhas de produção da referida indústria, assegurado que a tecnologia finalizou a maturidade tecnológica (TRL 6) e já se encontra nas TRL 7/8 de um total de 9. Para tal, utilizou-se o policarbonato e resíduos finos da extração do Mármore Bege Bahia (BB), aplicado nas concentrações: 2, 5, 8 e 10%, em massa, para produção de armações de óculos por meio de injeção. Posteriormente, foram realizadas análises mecânicas e reológicas. Pôde-se verificar que houve redução da viscosidade complexa do material com a incorporação do BB indicando maior facilidade de preenchimento das cavidades do molde de injeção. Além disso, verificou-se um aumento no módulo elástico com a incorporação do resíduo. Sendo assim, definiu-se que teores de 5% em massa de resíduo são mais adequados para aplicação nas linhas de produção da empresa, pois não houve alteração significativa das propriedades mecânicas em relação ao polímero puro, e, portanto, pôde-se concluir a viabilidade técnica de produção de uma armação de óculos ecossistêmica contendo policarbonato e 5% de resíduo da lavra e do beneficiamento do Mármore Bege Bahia com propriedades viscosas inalteradas nas maiores frações da viscosidade complexa, configurando-se assim as melhores condições de processabilidade em escala industrial, com encaminhamento de transferência tecnológica, configurando alto grau de maturidade de desenvolvimento e a geração de um novo modelo de utilidade.