Ref.: MceBi11-001
Apresentador: Alphia Vitória Lima Soares
Autores (Instituição): Soares, A.V.(Universidade Federal do Cariri); Aureliano Marques Albuquerque, C.M.(Universidade Federal do Cariri); Prado, A.C.(Universidade Federal do Cariri); Carmo, M.F.(Universidade Federal do Cariri);
Resumo:
As argilas são utilizadas na fabricação de diversos produtos, como por exemplo: utensílios domésticos, materiais de construção e até mesmo produtos com finalidade terapêutica. Atualmente é comum termos as argilas cosméticas presentes no dia a dia como parte essencial da rotina de cuidados com a pele, ou até mesmo sendo utilizadas em tratamentos de infecções superficiais. Na atual legislação da ANVISA, caso o produto cosmético prometa uma ação específica, como por exemplo o combate a acne, há um controle quanto à comprovação da segurança e/ou eficácia do produto, sendo o fabricante obrigado a fornecer no rótulo a composição do produto e seus potenciais riscos. Porém, existem poucos estudos sobre a real composição dessas argilas e da presença de elementos nocivos à saúde, bem como a relação das suas cores com os benefícios prometidos nos rótulos das embalagens comercializadas. Sendo assim, esse estudo visa analisar amostras de argilas cosméticas comercializadas na cidade de Juazeiro do Norte (CE), com o intuito de determinar suas reais composições químicas, mineralógicas e propriedades físicas, além de averiguar se as amostras apresentam teores de elementos tóxicos que condizem com o permitido para uso em cosméticos. Para realização deste estudo foram feitas análises de perda ao fogo, teor de umidade, FRX, DRX e análise de absorção atômica. Há a presença de metais pesados em duas das oito amostras analisadas e a rotulagem de algumas amostras está fora dos padrões regulamentados da ANVISA, pois seus fabricantes prometem efeitos específicos sem uma composição detalhada e sem alertar os riscos do uso frequente do produto. Também foi observado que a composição das argilas apresentou resultados dentro do esperado, as argilas tiveram alta perda ao fogo (com resultados entre 15,99% a 31,38%) e provando que em geral a caulinita é o argilomineral mais presente nas argilas, sendo os mais recorrentes: Al2O3 (entre 23,08% e 42,97%) e SiO2 (entre 56,75% e 53,75%). Ainda assim, essa análise mineralógica mostra que algumas argilas possuem composição quase idênticas, mas são apresentadas no mercado com funções diferentes para a pele. Portanto, nota-se que se faz necessário uma maior fiscalização para a comercialização de argilas cosméticas, devido a irregularidade nos rótulos e nas funções que são atribuídas às argilas, como também a presença de metais pesados que fazem mal à saúde.