Ref.: MpoErec24-004
Apresentador: MANUELLA DE LIMA RIBEIRO
Autores (Instituição): RIBEIRO, M.D.(Centro de Tecnologia Mineral); Ribeiro, R.C.(Centro de Tecnologia Mineral); Conceição, M.N.(Centro de Tecnologia Mineral); Castro, N.(Centro de Tecnologia Mineral);
Resumo:
Os recifes de corais são importantes ecossistemas marinhos que se destacam por sua grande biodiversidade, além de serem explorados como pontos turísticos para a realização de mergulhos e protegerem as regiões costeiras da ação das ondas. São estruturas rígidas formadas por organismos marinhos que apresentam associação com algas chamadas zooxantelas. Essa relação é benéfica para ambos, pois o coral fornece abrigo, gás carbônico e nutrientes inorgânicos para a zooxantela, enquanto a alga fornece os produtos de seu processo de fotossíntese e aumenta a taxa de calcificação do coral. As ameaças aos recifes de coral vêm aumentando nas últimas duas décadas e cientistas calculam que, se a taxa de destruição dos recifes não diminuir, dentro de 50 anos cerca de 70% dos recifes do mundo terão desaparecido. Com isso, o objetivo do presente trabalho foi a geração de novos corais marinhos, por meio de impressão 3D em pasta cerâmica, constituída de calcário marinho e aglutinantes orgânicos. Sendo assim, utilizou-se um calcário marinho oriundo da região costeira do Estado da Paraíba, caracterizado por Fluorescência de Raio-X e Difração de Raio-X e peneirado a úmido nas seguintes frações: 0,0595, 0,1490, 0,074; 0,044; 0,025 e 0,020mm. Cada fração foi avaliada colorimetricamente e comparada com um coral fornecido do fundo do mar da região do Estado da Paraíba. Foram preparados corpos de prova com material abaixo de 0,020 mm nas seguintes proporções (%) de calcário/água: 70/30 e 75/25 que foram avaliados por meio de dureza e tomografia computadorizada. Os resultados indicaram que o calcário marinho apresenta teores de CaO em torno de 45% e perda por calcinação de 45%, além de ser constituído basicamente de calcita indicando ser um bom material para utilização como pasta na impressora 3D. A avaliação colorimétrica do calcário marinho se encontrava com valor de luminosidade (L) de 52,04º e a medida que o tamanho de partícula diminuía os valores de L aumentavam para 70,07º em 0,044mm, 76,14º em 0,025 mm, 75,27º a cima de 0,020 mm e abaixo 80,50º, valor este muito similar ao coral retirado do fundo do mar que apresenta valor de L de 81,26. Essa diminuição do tamanho de partícula também favorece o escoamento da pasta na impressora 3D. Em termos de dureza, o coral extraído do fundo do mar apresenta valores em torno de 200 HLD e os corpos de prova produzidos apresentaram valores de dureza em torno de 300 HLD tanto para 70 como para 75% de calcário marinho. A avaliação por tomografia indicou a presença de mais de 80% de vazios nos corpos de prova contendo 70 e 75% de calcário, similares ao coral extraído do fundo do mar. Dessa forma, conclui-se que é possível gerar corpos de prova utilizando calcário marinho para reconstituição de corais por meio de impressão 3D em pasta, sendo o tamanho de partícula ideal abaixo de 0,020 mm, onde a luminosidade é superior a 80º e a melhor composição é 75/25 onde a dureza encontrada é superior a 300HLD e o teor de vazios ultrapassa 80%.