Ref.: MCoErec24-003
Apresentador: Ana Beatriz André Da Silva Martins
Autores (Instituição): Martins, A.A.(Centro de Tecnologia Mineral); Rabello, L.G.(Centro de Tecnologia Mineral); Silva, R.E.(Centro de Tecnologia Mineral); Ribeiro, R.C.(Centro de Tecnologia Mineral);
Resumo:
O Brasil é um dos maiores exportadores de rochas ornamentais do mundo, mantendo-se em quarto lugar na produção mundial. Dentre essas rochas destaca-se a produção de varvito, rocha formada pela sucessão repetitiva de lâminas ou camadas, similar à ardósia e encontrada principalmente nos Estados de Minas Gerais e Santa Catarina, onde cerca de 80% é da produção é considerada resíduo, que são depositados em aterros e contribuem para poluição visual e formação de particulados. No entanto, esses resíduos são ricos em sílica e isentos de ferroe apresentam potencial como cargas na produção de novos materiais. Dessa forma o objetivo do trabalho foi a incorporação de resíduos do beneficiamento de varvito do Estado de Minas Gerais em matrizes de resina poliuretana de mamona para a geração dos compósitos. Para tal a metodologia utilizada iniciou-se com produção manual de corpos de prova cilíndricos, conforme a norma ASTM D 695, variando-se os teores de carga de varvito em 0, 20, 60, 70 e 80% na matriz da resina de mamona. Posteriormente, foram realizados ensaios de dureza, avaliação colorimétrica, verificação em lupa binocular, além da determinação da porosidade aparente e absorção de água segundo a ABNT NBR 15.845-2. Os resultados indicaram que a dureza do copo de prova ausente de carga é 119 HLD, havendo aumento desse valor para valores em trono de 250 para as composições com 20 e 60%. Teores superiores de carga indicam valores de dureza em torno de 150 HLD indicando queda na resistência mecânica do material. Em termos de colorimetria verifica-se que resina pura apresenta cor amarela, com valor do índice b em torno de 17º, que é reduzido substancialmente para valores em torno de 6º em todas as proporções de carga, verificando-se uma homogeneização da coloração verde escura, típica do varvito indicando que a coloração amarelada, muitas vezes não atrativa esteticamente na área da arquitetura, é alterada para uma coloração similar à da rocha. A avaliação em lupa binocular indicou a boa distribuição da carga e pouca formação de vazios. Em termos de porosidade e absorção de água, verificaram-se valores de 0,6% para ambos na amostra ausente de carga e valores em torno de 0,8 e 0,6% na proporção de 60%. Os demais resultados indicaram valores superiores a 1% corroborando não serem adequados para confecção. Dessa forma, pode-se concluir que a adição de carga de resíduo de varvito na matriz do poliuretano de mamona é capaz de aumentar a resistência mecânica de 119 para 250 HLD, nas proporções de 20 e 60% e que a cor amarelada da resina (configurada pelo padrão b = 17º) é reduzida substancialmente para 6º indicando que a adição da carga também é benéfica a fins comerciais do produto.