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Ref.: MceMcc09-001

Caracterização e transformações de fases em misturas de argila, escória de alto forno e rejeito de bauxita para a produção de blocos cerâmicos

Apresentador: Antonio Teodoro Dutra Júnior

Autores (Instituição): Dutra Júnior, A.T.(Universidade do Estado de Minas Gerais); da Silva, F.L.(Universidade do Estado de Minas Gerais); de Lima, R.P.(Universidade do Estado de Minas Gerais);

Resumo:
A construção civil, a mineração e a metalurgia são três das grandes áreas da indústria brasileira e juntas necessitam de grandes volumes de matérias-primas além de produzirem grandes quantidades de resíduos e rejeitos industriais. Uma maneira eficaz de minimizar a necessidade de matérias-primas naturais na indústria da construção civil e reutilizar os resíduos gerados nas atividades industriais, seria a combinação de escórias produzidas em altos fornos metalúrgicos, rejeitos oriundos da mineração de bauxita e argilas in natura para a fabricação de blocos cerâmicos utilizados na construção civil. Assim sendo, esse trabalho tem por objetivo caracterizar as matérias primas e avaliar a evolução das transformações de fases ao misturar composições de argila, escória de alto forno e rejeito de bauxita para identificar composições químicas que apresentem uma distribuição de fases cristalinas mecanicamente mais resistentes, objetivando a produção de blocos cerâmicos a serem aplicados em alvenaria estrutural, classificando-os de acordo com a NBR 15270-1/2017. Tais blocos poderiam até mesmo serem empregados como blocos cerâmicos estruturais, não se limitando somente à sua função de vedação. Neste trabalho foram estudadas amostras com composições que variaram de 60 a 80 % de argila, 10 a 30% de escória e rejeito de bauxita, totalizando um conjunto de 6 diferentes composições. As amostras foram sinterizadas em forno mufla à temperatura de 10500C pelo tempo de 1 h e resfriadas ao forno. Dentre as técnicas de caracterização de materiais foram realizados ensaios de granulometria por peneiramento a seco e a úmido, determinação de massa específica por picnometria, determinação dos limites de Atterberg, análise por espectrometria de fluorescência de raios-X e difração de raios-X. Os ensaios de granulometria mostraram que tanto a argila como o rejeito de bauxita apresentam em sua distribuição granulométrica porcentagens de materiais passantes em 400 mesh de 56,02% e 28,73% respectivamente. Já a escória apresenta 93,40% de material retido em 50 mesh, caracterizando uma granulação mais grosseira, se comparando com o rejeito de bauxita e a argila. Observou-se que, o rejeito de bauxita apresenta quartzo, magnetita, gibsita e goetita como fases constituintes, apresentando 39,03% de óxido de silício, 23,14% de óxido de alumínio e 16,82% de óxido de ferro em sua composição. Observou-se também que a escória de alto forno à temperatura ambiente apresenta uma microestrutura amorfa e após sinterização apresentou um certo grau de cristalinidade além de um processo de coalescimento. Os ensaios de determinação dos limites de Atterberg apontaram que as composições estudadas apresentam valores de índice de plasticidade que podem ser classificadas como fracamente plásticas. Os autores agradecem à Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), ao CNPq, e a Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) pelo apoio no desenvolvimento dessa pesquisa.